October 14, 2023

Fico na dúvida se há aqui cegueira ideológica ou desonestidade intelectual

 


Segundo Alexandra Leitão, “a questão não é se devemos ou não comemorar o 25 de Novembro” – reparem como vira logo o bico ao prego, porque a questão é mesmo só essa –, mas sim o facto de “uma certa direita” andar a construir “uma imagem do 25 de Novembro fracturante”, que quer “contrapor o 25 de Novembro ao 25 de Abril”. Eurico Brilhante Dias vai mais longe: “Há uma direita” – que antes ele também já apelidara de “uma certa direita” – “que usa o 25 de Novembro para afrontar o 25 de Abril, encontrando sempre espaço para justificar o ‘24 de Abril’.”

JMT in so-falta-enviar-retrato-mario-soares-sede-pcp

-----------

A incapacidade destes dois políticos, Alexandra Leitão e Eurico Brilhante Dias, pensarem com rigor, isto é, a partir dos factos conhecidos, em vez de repetirem slogans ideológicos sem significado nenhum, faz-me ficar na dúvida:

1. eles sabem que estão a mentir, quer dizer, sabem que o 25 de Novembro foi uma data que nos devolveu a liberdade democrática do 25 de Abril, que nos tinha sido roubada no 11 de Março? Sabem mas mesmo assim optam por mentir por questões ideológicas? Se é o caso, como é que políticos desonestos podem servir o país? Porque não experimentem plantar as couves do Natal com ideologia para ver o resultado?

2. eles acreditam mesmo, genuinamente, que quem pensa que devemos lembrar a data do 25 de Novembro são extremistas de direita que querem o regresso da ditadura. Se é o caso, então são cegos ideológicos, gente sem autonomia de pensamento que pergunta a um qualquer papá ideológico o que deve pensar e depois nega a realidade como o Cardeal Belarmino no tempo de Galileu que via pelo telescópio as manchas no Sol mas dizia que eram as lentes que estavam sujas porque Deus não faria o sol com defeitos. Sendo assim, não há modo nenhum em que possam servir o país.  Porque não experimentem plantar as couves do Natal com ideologia para ver o resultado?

Alexandra Leitão foi SE da educação, uma das mais veementes defensoras da teoria da Rodrigues segundo a qual os professores têm de provar com evidências, como os réus em tribunal, que trabalham e, por isso, criou a burocracia estéril e infernal que temos hoje nas escolas. Fiquei sempre na dúvida sobre se ela era mesmo uma cega ideológica ou se era só intelectualmente desonesta.

No comments:

Post a Comment