September 19, 2023

Um senhor que foi DRE no tempo da Lurdes Rodrigues escreve um artigo a chamar retrógrados aos professores por não "usarem e abusarem dos telemóveis nas aulas"

 


O artigo é enorme, mas quando o esprememos, a única razão que adianta para o benefício do "uso e abuso dos telemóveis nas aulas" é ser uma tecnologia e não ser pedagógico proibir o que seja aos alunos. Dá 3 exemplos da sua experiência pessoal como se 3 casos fossem representativos de um universo e sem levar em consideração factores importantes para pensar os assuntos. Este homem forma professores! Uma lástima.

Porém, como me incomodam os artigos demagogos e cheios de chavões que se estampam nos jornais e que enganam quem não está por dentro dos assuntos, vou dar-me ao trabalho de o comentar.


Malditos telemóveis



“Melhor é experimentá-lo do que julgá-lo.” Luís de Camões


José Manuel Silva

Para quem não me conhece, não será despiciendo dizer que sou professor há 49 anos, dos quais 38 dedicados à formação de professores e à gestão educacional, atividades que me devem qualificar para poder participar neste debate surpreendente acerca da proibição dos telemóveis nas escolas, por serem nefastos para a socialização das crianças e jovens. Presumo que os proibicionistas também não os querem nas aulas, quiçá, por distraírem os alunos.

[aqui está o primeiro engano: o debate sobre o uso de telemóveis nas escolas, não se faz em torno dos malefícios da socialização das crianças e jovens, mas em torno do seu benefício/malefício nas aulas, para o desenvolvimento da concentração, da linguagem, da capacidade de seguir raciocínios complexos, da sobre-estimulação que dessensibiliza a motivação, etc. Também da dependência dos telemóveis e do efeito 
da violência das redes sociais na saúde mental dos jovens. 
Todos estes factores são evidências inegáveis em múltiplos estudos -desde os estudos sobre os suicídios na adolescência, ao crescimento da depressão, ansiedade e OCD, por via do uso excessivo de telemóveis, que o senhor finge que não existem na discussão (ou se calhar é ignorante deles), passando a argumentar com aquela falácia ad hominen que consiste em atacar o adversário em vez de argumentar a ideia - neste caso são os proibiconistas - como se a proibição não tivesse lugar na educação. Se for ler a lei e os regulamentos de escola, há muitos comportamentos e coisas que são proibidas: bater, fazer bullying, copiar, etc.]

Como gosto de fundar o meu raciocínio não apenas nos contributos teóricos, e estes há-os para todos os gostos, mas na minha própria experiência pedagógica e de gestão, deixem-me contar-vos três histórias. Aí por volta de 1998, assumi a presidência de uma escola de educação e uma das primeiras medidas que adotámos foi utilizar o email para todas as comunicações internas que até aí eram em papel. Eis senão quando uma colega doutorada em Educação me entra pela porta do gabinete dentro, um pouco alterada, e dispara: “José Manuel, não me mandes emails que eu não os abro!”

[o senhor não valoriza os fundamentos teóricos porque "há-os para todos os gostos". Parece não entender que o facto de haver muitas ideias díspares, não significa que tenham todas o mesmo valor e que a discussão da razoabilidade dos fundamentos é um dos grandes factores que faz avançar os conhecimentos. Mas como desvaloriza os fundamentos teóricos, resolve substituí-los pela sua experiência subjectiva de um único caso pessoal... então a sua experiência foi que em 1998, quando a maioria dos portugueses não tinha computadores, uma professora "alterada" (vá lá não lhe chamou histérica) disse-lhe para não enviar emails. Isto nem é argumento, nem é exemplo representativo de coisa alguma, é só imbecilidade.

Em 2005, fui nomeado diretor regional de Educação e, ao tomar posse, quis enviar um email de apresentação para as centenas de escolas que passavam a estar sob a minha direção; com espanto, constatei que ainda não se utilizava o email, continuando o fax e o papel a reinar nas comunicações. Mais, o acesso à Internet era proibido aos colaboradores por suspeita de não serem capazes de a utilizar para fins convenientes.

[em 2005, no reinado absolutista e catastrófico da Rodrigues, ele foi nomeado por ela para DRE e constatou que nenhuma escola usava o email. Este senhor podia pensar que não lhe fazia mal. Para se usar o email como meio de comunicação é necessário que todos lhe tenham acesso. Ora, em 2005 a maioria dos professores não tinha computador. Digo-lhe mais: em 2020, quando as escolas fecharam no 3º período por conta da pandemia de covid-19, nas minhas DT, havia 2 professores que não tinham computador e que tinham que ir à escola dar as aulas online e responder aos emails. Pergunta, talvez, como é que em 2020 há professores sem computador? Bem, há professores que ganham tão miseravelmente que quando um computador se avaria definitivamente, levam tempo até comprar outro, porque é caro e porque têm outras prioridades como as contas da casa, o quarto em que vivem longe da família, os encargos com os filhos, etc. Portanto, em 2005, não se usavam emails porque escolhem-se meios de comunicação que cheguem a toda a gente e o computador era um recurso que poucos tinham. Este senhor vivia numa bolha alienada da realidade, como a sua ex-patroa, da qual, pelos vistos, nunca saiu. Desde que há email e computadores na mediateca da escola para os alunos usarem, que eu e a maioria dos colegas, deixámos de receber trabalhos em papel. 

Já agora, leve lá uma experiência pessoal que é um contra-exemplo da sua alienação. Por volta de 2005 uma empresa ofereceu à minha escola duas dezenas de portáteis, que eram uma tecnologia recente. Os portáteis podiam ser requisitados. Nessa altura tinha uma turma de desporto no 12º ano a quem dava Psicologia e não havia Manual para esse programa, em nenhuma editora. Combinei com os alunos que o trabalho e avaliação do ano seria a elaboração conjunta de um Manual de Psicologia. Então, a primeira parte da aula era teórica e da minha responsabilidade e a segunda era prática e cabia-lhes a eles fazer pesquisa dos temas abordados, escrever os textos, fazer esquemas, diagramas, etc. Fazíamos isso com os portáteis da mediateca. E, naturalmente, usávamos o email para comunicar uns com os outros. Os portáteis há muito que se avariaram de maneira que agora já não podia fazer isso. O ME dá material às escolas? Não. Na minha escola, os 4 computadores para os 50 directores de turma trabalharem são de 2006. Um ano após o seu exemplozinho de 2005. Estão sempre a ir abaixo, a bloquear, com vírus... a internet na escola é estável e fiável? Tem dias... eu também queria que houvesse portáteis nas escolas para que todos os alunos pudessem levá-los para as aulas porque em certos temas fazem muita falta]

Há relativamente pouco anos constatei que ainda havia escolas que proibiam o uso de portáteis aos estudantes, e o contacto, na escola, com os computadores continuava a ser feito apenas nas salas de informática e, naturalmente, os telemóveis eram proibidos, e se a “polícia escolar” detetava um infrator, o aparelho era apreendido e só entregue aos encarregados de educação.

[Se calhar só há contacto com computadores nas salas de informática porque nas salas de aula não há computadores. Só há um que é onde nós professores trabalhamos para entrar no programa de alunos, projectar material que trazemos para o trabalho das aulas, etc. Entretanto, o ME, do qual foi dirigente, não percebe a importância das aulas de TIC serem obrigatórias e de todos os alunos aprenderem a trabahar com o Office e aprenderem código, uma linguagem do futuro. Mas fala como se os outros é que estivessem no tempo dos velhos do Restelo.
Este senhor esquece-se que em 2020 percebemos, com a pandemia, que a maioria dos alunos não tinha computador e que só lá para 2021 o ME começou a emprestar computadores a alunos e professores. Ainda agora, na maioria das casas dos alunos, há um computador para toda a família e às vezes é o que o ME emprestou aos alunos. Como é bom viver alienado da realidade...
Quanto a apreender-se telemóveis nas salas de aula, este senhor é ignorante e não se informa do uso que os alunos fazem dos telemóveis nas aulas: tirar fotografia dos testes e enviar ao explicador ou a colegas e pedir a resolução dos problemas ou fichas ou testes. Agora vão ao ChatGPT. Terem as notificações activas e não resistirem a ir ver se têm um like ou uma mensagem, etc., e estarem constantemente distraídos com o telemóvel à conversa com alguém. Qual é a vantagem pedagógica de não estar atento e concentrado nas aulas? 

E por que razão aqui partilho estes três “tesourinhos pedagógicos”? Porque mostram como docentes e gestores escolares podem ser incrivelmente conservadores e opositores do progresso e porque se inserem na mesma linha que inspira os proibicionistas a adotarem práticas inimagináveis numa época em que a utilização da tecnologia só peca por insuficiente nas escolas, e rejeitá-la só pode significar desconhecimento, vontade de parar o vento com as mãos ou falta de formação adequada para o exercício de funções pedagógicas.

[este senhor está no total deslumbramento pela tecnologia e pensa que toda a inovação tecnológica é um benefício pedagógico, como o nosso ME, apesar de não ser capaz de adiantar um único argumento a favor da obsessão com a inovação pedagógica digital, mas apenas chamar nomes aos professores, usar slogans demagogos que acrescentam nada à discussão]

Convém ter em conta que as crianças e os jovens que chegam aos jardins de infância e escolas já foram amplamente expostos ao uso de toda a sorte de tecnologia disponível para os entreter a comer a sopa e facilitar a vida aos pais e outros familiares. É impossível querer apagar essas experiências e, tal como nas artes marciais, é necessário utilizar a energia do “adversário” a nosso favor, isto é, partir da experiência que as crianças e alunos já possuem para melhor alcançarmos os objetivos pedagógicos que nos importam.

[como ele próprio diz, as crianças e jovens usam as tecnologias para entretenimento e para os pais não terem que se chatear a educá-los e já chegam viciados aos jardins de infância (ele chama-lhes adversários): então ele advoga que reforcemos as más práticas que trazem - já que as trazem...]

Por outo lado, a evolução tecnológica e os instrumentos que ela tem gerado, nomeadamente computadores e smartphones, mudaram o cerne do processo educativo, a tecnologia já não é um simples recurso, como era no tempo do retroprojetor, do projetor de slides ou do episcópio (os mais novos nem conhecem tais aparelhos), a tecnologia é parte do próprio processo de aprendizagem, na linha de “O meio é a mensagem” (Marshall McLuhan).

[não, o meio não é toda a mensagem e há muitos meios. Queremos diversificar e tornar complexos os conhecimentos, o pensamento e os próprios processos de conhecimento e não, como este homem defende, reduzir tudo a um certo tipo de mensagem, ela própria redutora. Mas talvez isto seja demais para a compreensão dele.]

Sejamos sérios, o problema não está nos telemóveis, está na forma como os usamos, e em muitas escolas portuguesas estamos a anos-luz de os utilizar de forma positiva; tal como cada um de nós os pode empregar para fins diversos, também nas escolas isso deve acontecer e, em vez de se olhar apenas para o lado a corrigir, ver, sobretudo, o potencial de uma verdadeira máquina de aprender que quase todas as crianças e alunos podem explorar de forma muitíssimo proveitosa.

[se este senhor fosse sério, depois de fazer esta afirmação, explicava claramente o que é a forma positiva de uso de telemóveis nas salas de aula -aqui é que podia dar exemplos e tudo, mas isso ele não sabe, ele só conhece o chavão]

Vejamos o aspeto da socialização, os telemóveis impedem-na porquê? Porque o tempo de recreio é para descomprimir e cada um usa-o como melhor entende. À proibição é preferível a alternativa, isto é, criar opções motivadoras que os alunos sintam como mais apelativas do que teclarem ou verem vídeos. O que se passa com as dependências devia ser exemplo para se perceber que não é com proibições que os problemas se resolvem.

[portanto, segundo este senhor os alunos são viciados em telemóveis porque as escolas não produzem opções de entretenimento melhores que os telemóveis - a educação escolar é, depreende-se um mero entertenimento que tem de ultrapassar os telemóveis e vídeos em blast - este senhor podia pensar que talvez os engenheiros que trabalham para as marcas e desenvolvem redes sociais, jogos e aplicações o façam, não com o intuito de educar, mas com o intuito de que qualquer idiota o saiba usar e viciar-se para terem cada vez mais aderentes e aumentarem os lucros]

Agora, nas aulas, se os professores transformarem o telemóvel num aliado, vão rapidamente perceber como ele pode ser de extrema utilidade. Os estudantes têm à mão um acervo de conhecimento infinito, da natureza à história, à matemática, às línguas, a tudo e apenas à distância de um clic. Não só o professor fica com o seu trabalho facilitado como os alunos descobrem o que podem aprender e como o explorar em seu benefício.

[lá vem o slogan acéfalo de 'está tudo à distancia de um clic'. E porque digo que é acéfalo? Porque este senhor identifica e confunde informações na internet com conhecimentos. As informações até podem lá estar a quem as souber ir buscar, mas outra coisa diferente é saber transformá-las em conhecimento. Aliás hoje em dia nem a informação está lá porque onde antes o google, o motor de busca mais usado, oferecia milhões de páginas sobre um assunto hoje oferece duas dezenas porque, como nos explicaram, só 2% das pessoas passam dos primeiros 3 links oferecidos. A maioria fica mesmo logo ali na Wikipédia.]

Como isto não é um paper, não é compatível com a indicação de bibliografia, mas basta ir à Net e fazer uma pesquisa; descontando os “velhos do Restelo”, há muito para aprender, e qualquer pai, professor ou curioso pode fazê-lo com proveito.

[como acaba o artigo? A chamar nomes aos professores. Todo este artigo é um desarrazoado superficial de chavões, de falta de profundidade na reflexão (se calhar usa demais certas redes sociais) e até, de informação actualizada, acerca dos assuntos. 
São este tipo de pessoas, as preferidas da Rodrigues e deste ME, gente de pouco entendimento dos assuntos e muito deslumbramento com a tecnologia, com os cargos e as suas próprias pessoas que têm estragado as escolas e a educação. Uma lástima. Espero que este senhor não estrague mais professores e se reforme rapidamente]

Proibir? Não, obrigado! Use e abuse e vai ver que não se arrepende.

2 comments:

  1. Bom, os textos que mando escrever aos alunos (aqueles que têm entre 250 e 300 palavras) são todos à mão. Não quero cá nada digital, por diferentes razões, começando no treino da motricidade fina, acabando na questão linguística e passando pela concentração no que se está a fazer.

    Quando se trata de trabalhos de outro calibre, digitalizam a coisa. Não obstante, cada vez mais fujo desse tipo de tarefas, porque, lá está, como há muita informação, os alunos limitam-se a copiar e colar o que encontram aqui e ali. Não há critério, não há seleção, não há reflexão, não há, em última análise, conhecimento.

    Há dois anos, no 10.º ano, pedi-lhes que se organizassem em grupos de 4 e selecionassem um conto de Torga de uma lista previamente elaborada por mim. O trabalho era norteado por tópicos de análise, para que se orientassem e não andassem perdidos à procura de nada. Bom, em primeiro lugar, tiveram enormes dificuldades em compreender o que liam, por questões vocabulares e linguísticas (uma simples metáfora é um doutoramento em física quântica). Depois, no que diz respeito à análise dos contos, sempre que encontravam algo na NET que fosse aproveitável (quando pensavam nisso), chapavam com essa informação no trabalho; quando não, vinham perguntar o que deveriam responder naquele tópico e no outro, porque... não sabiam. Não sabiam porquê? Por dificuldades de compreender o que lhes é pedido e de decifrar a mensagem textual, além de uma enorme preguiça de pensar, visto que... está tudo «on-line». Para quê perder tempo e maçar-se a pensar?

    E, sim, de vez em quando, uso telemóvel nas aulas (eu não, os alunos), para pequenas coisas, como, por exemplo, resolver um questionário sem ser em papel, para elaborar uma pequena biografia de um autor e por aí vai.

    É claro que facilita o trabalho aos Velhos do Restelo: tenho vários colegas que mandam fazer uns trabalhecos aos seus alunos, têm consciência de que eles copiam a primeira coisa que lhes aparece à frente, mas...enfim, eles até tiveram o trabalho de ligar o PC, ir à internet, abrir o Word, copiar, abrir o correio eletrónico... então vai um 10 para os que não se esqueceram de escrever o nome e um 20 para os que incluíram umas imagens e até uma bibliografiazinha.

    Sou arcaico e retrógrado e, como digo sempre que me aborrecem, até me demonstrarem as vantagens inequívocas desta moda ou daquela, continuarei a usar «cenas» arcaicas.

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  2. Os trabalhos que mando fazer que implicam pesquisa tinham sempre uma parte escrita e uma parte de apresentação oral. Dou-lhes um guião com os critérios de elaboração do trabalho e da bibliografia, bem como os critérios de avaliação. Ensino-os a fazer uma pesquisa na internet e exemplifico em aula. Mesmo assim, nos últimos 5 ou 6 anos, tenho mais trabalho a avaliar os trabalhos que eles a fazê-los porque a maioria não resiste a ir copiar de trabalhos daqueles sites que têm trabalhos já feitos com boa nota e de outros sites. Uma pessoa vê logo quando é copiado pelo nível de linguagem, a complexidade das explicações, a cientificidade dos conceitos... alguns vêm com trabalhos que se vê terem sido feitos por um adulto, um explicador... Perco dias inteiros a encontrar os sites de onde copiaram para depois ter que me chatear com eles. Não vale a pena. E quando vem feito pelo explicador as chatices ainda são maiores. Agora então que têm esses sites de IA é escusado. Não aprendem nada e só tenho chatices.
    Continuo a ensinar como se faz uma pesquisa, mas no ano passado, os trabalhos que fizeram de pesquisa já só foram avaliados na parte de apresentação oral que inclui perguntas feitas por mim ou que são discussões argumentativas entre grupos de alunos, cuja preparação da argumentação é feita em aula.
    Quando dou a estética, dá-me jeito que os alunos tenham computador para irem pesquisar imagens de arte; na lógica dá-me jeito enviar na própria aula, as fichas de exercícios para o email de cada um, para poderem resolver, cada um no seu ritmo. Mas agora com este ChatGPT muitos hão-de lá chapar a ficha e aparecer com ela resolvida, de maneira que já não vou fazer isso.
    Eu estou ali para ensinar os alunos a pensar, a saber interpretar a informação e ir mais longe do que a aparência, a saber construir um mapa conceptual. Para isso, a internet não ajuda.
    Este indivíduo não sabe o que é trabalhar com alunos e está por fora da realidade. A cultura da cópia está tão disseminada que os aduktos, os pais e muitas vezes pessoas da escola são coniventes. E sim, também tenho colegas que mandam fazer trabalhos em casa e vêem perfeitamente que aquilo é tudo copiado mas não estão para se chatear.

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