Diogo Lacerda Machado deve ser mesmo o melhor amigo de António Costa. E como o primeiro-ministro gere o país como quem governa a cozinha lá de casa - entra quem ele quer, quem está mexe no tacho e ninguém tem nada com isso -, não dispensa o advogado lobista nas suas mais importantes decisões.
Foi assim quando o primeiro-ministro chamou o amigo a dar uma mãozinha num dos processos mais sensíveis em que o governo se meteu, a intermediação de relações entre um banco privado (BPI) e a então acionista Isabel dos Santos. E também para ajudar a pacificar os detentores de papel comercial do Grupo Espírito Santo. Tudo na base da amizade, claro, como quem pede que lhe dê ali uma volta ao guisado, para não queimar.
(...)
Agora, parece que o compadre Diogo está a ajudar a montar um consórcio para aumentar a procura de candidatos à compra da TAP. Como quem pinta os lábios ao porco, para parecer melhor. Lacerda Machado sempre disse que não excluía participar no negócio de venda da companhia que ajudou a renacionalizar há pouco mais de um par de anos. E esta semana tivemos notícia de que o homem que tratou em nome do governo da reversão da privatização da TAP, intermediando os passos entre os donos da transportadora e o governo que os quis expulsar a todo o custo, o homem que foi nomeado administrador da companhia para relatar a Costa tudo quanto lá se passava, o homem que planeou a reestruturação e só deixou a administração da companhia a meio de 2021, tendo acesso a toda a informação que a ela diga respeito, é apontado como peça-chave num consórcio que se posiciona na reversão da reversão da privatização.
E porque é que isso há de chocar quem é governado pelo PS de António Costa há oito anos? É só mais uma volta na cataplana de peixe que há quase oito anos vai apurando em lume brando.
No comments:
Post a Comment