“Estamos a entrar num mundo multipolar”, afirmou Guterres, para manifestar a sua profunda preocupação com o “risco de uma rutura da ordem global”, devido às crescentes divisões e ao aumento das tensões entre Estados.
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Faltam aqui o Irão e a Arábia Saudita que foram convidados a entrar. Alguém acredita que este conjunto de países ditatoriais, uns, colonialistas, outros e iliberais, outros, possam ser uma alternativa positiva de mundo multipolar? Então agora a ditadura, o autoritarismo, o imperialismo, o colonialismo voltaram a ser uma possibilidade de organização social e política de valor?
A multipolaridade só por si não é um valor e muito menos uma alternativa, se veicular princípios de organização social e política escravizantes, castrantes, colonialistas, violadores de todos os direitos humanos. Porque não convidam também o Afeganistão? À semelhança do Irão também valoriza a decapitação de mulheres (de homossexuais), a sua escravização e submissão à sexualidade dos homens.
Porque estes países que dizem querer a multipolaridade, são todos países onde há multipolaridade interna de valores, de opiniões, de princípios, de práticas políticas e sociais, de expressão, de conhecimento, de procura de felicidade alternativa à imposição dos governos?
É este o tipo de multipolaridade que querem inscrever no mundo? Uma multipolaridade à semelhança das suas uniporalidades internas? E achamos que isso é um valor e uma alternativa às democracias? Guterres pensa isso?
O que é que estes países vão trazer de positivo no sentido de evolução da humanidade, aos países do Sul? Os países africanos, por exemplo, que foram colonizados, já não reconhecem o que são princípios de colonização nos seus parceiros russos, iranianos, chineses...?
Oh, meu Deus!, o Ocidente é tão mau, tão mau, que criou as democracias onde há a obrigação de respeito pelas pessoas e seus direitos, onde se respeita o direito à discordância, à diferença, à alternativa política, religiosa e não se tem como princípio que a vida é para uns gozarem com poder absoluto e outros sofrerem, impotentes pelos próprios princípios da lei. Que horror! Vamos já trocar estas democracias horríveis por ditaduras alternativas que são muito melhores para o mundo... a sério...?
Não seria melhor convidar um país africano ou um represente dos países africanos para ser parte do conselho de Segurança das NU do que apoiar ditaduras, países colonialistas e defensores da anulação dos direitos humanos? Implicar os países em desenvolvimento nas estruturas de comando das NU em vez de apoiar organizações políticas que defendem o fim do reconhecimento dos direitos humanos e da Sociedade das Nações Unidas?
"Ocidente é tão mau, tão mau, que criou as democracias onde há a obrigação de respeito pelas pessoas" Calma, tem de se ver tudo. Acabou praticamente com todos os habitantes do continente americano, colonizou, fez a Guerra do Ópio, deu cabo dos australianos aborígenes, conduziu guerras contra os colonizados, traficou escravos etc. Não se pode ver só a parte de que gostamos. Tem de se ver tudo. É devido a estes acontecimento que ficaram muitos traumas em muitos povos que ainda hoje detestam po Ocidente. veja o que Churchil dizia de Gandi e da Índia, Isto é muito recente e ainda está na memória de muitos.
ReplyDeleteEsse argumento não faz sentido nenhum. Em primeiro lugar, se esses povos detestam o Ocidente por terem sido colonizados, por maioria de razão deviam afastar-se de países que, não no passado, mas no presente, continuam a perseguir, colonizar e chachinar outros povos. Exemplos? A China tem os uigures em campos de concentração com programas de extermínio, reeducação e tortura; perseguiu, colonizou e destruiu a cultura tibetana, persegue e prende católicos e quer agora colonizar Taiwan: acho que da Rússia nem é preciso dar exemplos porque estão neste momento a tentar destruir a cultura ucraniana, a roubar-lhes as crianças para as virarem contra os pais, etc. A Turquia persegue e tenta activamente aniquilar os curdos; a Arábia Saudita é a maior financiadora do terrorismo jihadista. O Império Otomano colonizou uma parte grande da Europa até à 1ª guerra mundial.
DeleteIsto para não falar no facto histórico de que, desde que há humanidade que existem civilizações a esmagar outras civilizações para ocupar o seu lugar e as primeiras que o fizeram, há milénios, até eram africanas porque era aí que se passava a civilização e o florescimento da cultura.
Portanto, os países europeus terem destruído outros povos, não tem nada que ver com a democracia ser melhor que a ditadura. E aliás, foi dentro dos próprios países europeus que se lutou contra o colonialismo e a favor de uma sociedade de nações independentes e em paridade.
De maneira que dizer que os países do sul aderem a ditaduras brutais e renegam as democracias porque têm rancor contra o Ocidente, é menorizar esses povos. Eles não se reduzem a vítimas. Eu, pelo facto de ser uma mulher e de ter sido tantas vezes vítima dos preconceitos e práticas machistas, não me reduzo a uma vítima. Penso como um ser humano com os direitos e aspirações do ser humano e não como uma mulherzinha que não perdoa aos padres que no século xvii queimavam mulheres ou aos machistas actuais. Não sou estúpida e parece-me que as pessoas desses países também não são estúpidas. São é gananciosas e querem o poder absoluto. E isso não é um mérito, é um demérito.
"Esse argumento não faz sentido nenhum." Isso é óbvio para a Dra Beatriz mas não o é para eles.
ReplyDeleteLembra-se do discurso de J. Borrel? Mais ou menos assim (cito de cor): a Europa é um jardim rodeado por selva. Os da selva querem entrar, temos de ter cuidado para não os deixar entrar.
Não sei onde me viu dizer que era óbvio. Se fosse óbvio não tinha apresentado razões e exemplos a justificar a minha posição. E não sei o que Borrel tem que ver com isto. O facto dele ser um tolo não significa que todos sejam, nem me parece que os países definam os os sistemas políticos ou interesses pelas palavras de um tolo.
DeleteO que para mim é óbvio é que todos pertencemos à comunidade dos seres racionais, capazes de seguir um raciocínio, um conjunto de razões e avaliar da sua justeza e modificar as nossas crenças ou ideias se encontrarmos outras que são melhores que as nossas - tirando os cegos pela ideologia ou religião e mesmo esses são capazes.
(e já agora, não me lembro de Borrel dizer que não podemos deixar entrar imigrantes, só me lembro da primeira frase)
"O facto dele ser um tolo" Não é um tolo, é Comissário Europeu.
ReplyDelete'é Comissário Europeu.' E então? A quantidade de tolos que andam nos cargos...
Delete" A quantidade de tolos que andam nos cargos..." Sim, mas muito menos que nos blogues.
ReplyDeleteNada que se compare com os comentadores...
DeleteAcertou. Finalmente.
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