August 05, 2023

Filmes - "Enemy at the Gates"

 


Está a passar este filme num canal da TV. O filme é uma espécie de óculo apontado para dois soldados atiradores furtivos, com o cenário da Batalha de Leninegrado a correr por detrás - as cenas de bombardeamentos e destruição de Leninegrado lembram as imagens actuais de Bucha, Mariupol e outras cidades ucranianas. Os russos deviam por os olhos nesta batalha porque os alemães foram lá para quebrar o espírito aos russos, mas quem se quebrou foram eles - mas os russos não aprenderam nada com a lição e estão agora eles a fazer o mesmo na Ucrânia: foram lá para quebrá-los e saiu-lhes o tiro pela culatra.

Neste filme, Vassily Zaitsev interpretado por Jude Law é o sniper russo e o Major Koenig, interpretado por Ed Harris, é o alemão. Vassily foi um grande herói da URSS e Koenig terá mesmo existido e sido um rival do outro lado. Enfim, eles dois, mais Danilov, o superior de Vassily e Tania, uma sniper russa por quem ambos os soldados russos se apaixonam são o motor da história que se passa nas ruínas dos prédios de Leninegrado. O cenário de ruínas de fábricas, de prédios e o entulho por todo o lado com mortos espalhados é fantástico porque consegue passar a atmosfera de uma cidade bombardeada, toda esventrada.

No filme não se valoriza muito Tania como sniper o que é pena porque as soldados snipers russas foram grande heroínas dessa batalha. Desses quatros actores, Rachel Weisz, que faz de Tania (e não consegue representar abaixo do nível bastante bom, mesmo que tentasse) e Ed Harris, o alemão, constroem personagens que se impõe e nos cativam, porque são muito bons actores, mas os outros dois, sendo actores com menos recursos, não conseguem envolver-nos e emocionar-nos. Uma pena.

Já vi este filme e o que gostei nele foi a ideia de que, mesmo no meio do horror e do caos que é a guerra, se as pessoas se mantêm dentro dos limites da decência humana, há espaço para os adversários se respeitarem mutuamente. 
O resto é a guerra e a política soviética e alemã a manipular os simples e a chupá-los até ao tutano antes de os deitarem fora como ossos a cães.


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