Clint Eastwood conta a história de Tony Bennett para 'American Masters'
Por LYNN ELBER, redator de televisão da AP - 2007
Os dois homens estão sentados ao piano, um a tocar uma versão improvisada da música clássica "In a Mellow Tone", o outro a encorajar com acenos de cabeça.
O que torna a cena digna de nota é que o pianista é Clint Eastwood e a sua claque é, Tony Bennett. Encontraram-se num estúdio para um pouco de música e conversa, filmada para o documentário de Eastwood sobre o grande cantor pop.
Tony Bennett: The Music Never Ends, junta dois artistas que demonstraram longevidade e força criativa que os deixa imunes às modas.
"Ele é o último dos cantores, contadores de histórias. Expressa as coisas à maneira de quem conta uma história", disse Eastwood à The Associated Press.
Lembrou-se de ter visto Bennett no Festival de Jazz de Monterey de 2005 e de o ter filmado antes de fazer a biografia que vai para o ar como parte da série "American Masters" da PBS": Ainda bem que o fizemos", disse Eastwood sobre a captação do cenário de Bennett, que está presente no filme. "Ele teve tantas actuações maravilhosas, mas aquela atuação foi muito boa. As pessoas estavam simplesmente encantadas."
E, como mostra "The Music Never Ends", Bennett divertiu-se com a reação do público. "Adoraria cantar durante mais 60 anos. Foi lindo!", anunciou com o familiar sorriso largo que raramente o abandona no palco.
Bennett, de 81 anos, cuja canção de assinatura é "I Left My Heart in San Francisco", manteve a força e o tom para interpretar uma canção da maneira que deve ser feita, disse Eastwood, de 77 anos.
O cantor retribui o elogio, chamando ao trabalho de Eastwood como realizador, "magnífico" e uma demonstração do que se pode aprender com a experiência.
"Sabe-se o que deixar de fora; simplifica-se para comunicar melhor", disse Bennett à AP.
O doc. de Eastwood é um lembrete de como Bennett faz isso maravilhosamente. Mas a simplicidade é enganadora: a sua abordagem mistura jazz com pop e tem raízes profundas na tradição musical italiana do bel canto, que enfatiza uma técnica leve e fluida. Situa Bennett no contexto cultural americano, registando as suas influências (Fred Astaire, Judy Garland entre outras) e a sua posição enquanto intérprete - e pintor. Para gáudio de Bennett, o seu trabalho artístico recebe uma parte da atenção.
Alec Baldwin, que fez o papel de Bennett num sketch do "Saturday Night Live", ao lado do próprio cantor bem-humorado, faz uma observação particularmente incisiva: "No teatro e nas actuações ao vivo... o público tem de acreditar que não há outro lugar onde preferir estar. E não há ninguém neste ramo que transmita isso de forma mais eficaz do que Bennett", diz Baldwin no filme.
Quanto à voz de Bennett, outro admirador disse-o da melhor forma: "Para mim, Tony Bennett é o melhor cantor do mundo", foi a avaliação de Frank Sinatra. "Comove-me. É o cantor que consegue transmitir o que o compositor tem em mente e um pouco mais. Há um sentimento por trás disso".
Eastwood, um fã de jazz que compôs para filmes, tem o seu tema igualmente em alta conta: Se a América é uma canção, Tony Bennett é o seu cantor. Aqui está o cantor e aqui está a canção", diz o narrador Anthony Hopkins na abertura do filme.
No documentário há um tesouro de clips, incluindo um que ilustra a relutante cover de Bennett dos anos 50 de "Cold, Cold Heart" de Hank Williams. Quando Bennett finalmente cede à sua editora discográfica e se torna country, fá-lo à sua maneira.
Em entrevistas para o filme, o amigo de longa data Harry Belafonte refere a sua admiração pelo apoio firme de Bennett ao movimento dos direitos civis. O escritor Gay Talese maravilha-se com a carreira de Bennett, que se estende desde meados do século XX até aos dias de hoje, sem fim à vista.
Como dizia George Burns, "Reformar-se para quê? Devemos fazer aquilo que realmente gostamos de fazer, que adoramos fazer, e depois continuar a avançar. Quanto mais se continua a aprender, mais a vida se torna importante e faz-nos viver mais tempo."
---------
NOTA DO EDITOR - Lynn Elber é colunista de televisão nacional da The Associated Press. Ela pode ser contactada em lelber(at)ap.org
www.pbs.org
Como dizia George Burns, "Reformar-se para quê? Devemos fazer aquilo que realmente gostamos de fazer, que adoramos fazer, e depois continuar a avançar. Quanto mais se continua a aprender, mais a vida se torna importante e faz-nos viver mais tempo."
---------
NOTA DO EDITOR - Lynn Elber é colunista de televisão nacional da The Associated Press. Ela pode ser contactada em lelber(at)ap.org
www.pbs.org
No comments:
Post a Comment