July 12, 2023

Morrem uns no dia em que outros nasceram



Thoreau, nascido neste dia, era um amante da Natureza. "Fui para os bosques..."

Photograph by Richard Higgins from Thoreau and the Language of Trees


Para Henry David Thoreau (12 de julho de 1817 - 6 de maio de 1862), as árvores eram companheiras criativas e espirituais, essenciais e geradoras de sã consciência. O seu amor por elas ganha vida em Thoreau and the Language of Trees  - uma seleção das meditações do grande poeta sobre as árvores, extraídas do seu diário pelo escritor e fotógrafo Richard Higgins, cujas belas fotografias a preto e branco complementam os escritos arbóreos de Thoreau.

Thoreau reverenciava as árvores como encantamentos vivos, orações sem palavras, bênçãos para a arte de ser. Na companhia delas encontrou um contraponto para a falsidade da sociedade. Quinze anos depois do seu mentor, Emerson, ter lamentado no seu diário que "nas cidades... parece que perdemos toda a substância e nos tornamos superfície num mundo de superfícies", Thoreau redobra a sua insistência em definir o próprio sucesso e escreve num diário de janeiro de 1857:
Na rua e na sociedade sou quase sempre reles e dissipado, a minha vida é indescritivelmente mesquinha. Nenhuma quantidade de ouro ou respeitabilidade a redimiria minimamente - jantar com o Governador ou um membro do Congresso!! Mas, sozinho nos bosques ou campos, em terras de rebentos despretensiosos ou em pastos trilhados por coelhos, mesmo num dia negro e, para a maioria, sem alegria, como este, em que um aldeão estaria a pensar na sua morada, volto a mim, sinto-me de novo grandiosamente ligado e o frio e a solidão são meus amigos. Suponho que este valor, no meu caso, é equivalente ao que os outros obtêm indo à igreja e rezando. Venho para o meu passeio solitário nos bosques como os saudosistas vão para casa... É como se encontrasse sempre nesses lugares um companheiro grandioso, sereno, imortal, infinitamente encorajador, embora invisível e caminhasse com ele.
BY MARIA POPOVA

2 comments:

  1. Exprime primorosamente aquilo que sentem os amantes da natureza viva, os que amam as árvores de coração e sentem o templo natural a que pertencem.

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