June 20, 2023

Um texto duro mas verdadeiro que fala do desinteresse com que os nosso governantes tratam as pessoas comuns que não lhes adiantam a vida

 


Uns acham que António Costa usou o avião Falcon só para ir à bola. Outros, como Marcelo, acham que Costa teve de parar em Budapeste para fazer uma “escala técnica” devido à “falta de autonomia” do avião. Temo bem que a Wikipédia destrua a tese do Presidente da República: um Falcon 50 tem depósito para 6480 quilómetros, e de Lisboa a Chisinau, capital da Moldava, onde no dia seguinte se realizava a cimeira da Comunidade Política Europeia, são 4150 quilómetros.

As verdadeiras intenções de António Costa permanecerão para sempre desconhecidas. Mas isto sabemos: as prioridades dos nossos governantes andam trocadas. Quando li que o memorial em homenagem aos 115 mortos nos fogos de 2017 havia sido inaugurado em Pedrógão sem a presença de ministros nem do Presidente da República, ainda pensei que o financiamento tivesse sido privado ou autárquico, e que os familiares das vítimas exigissem políticos à distância. Afinal, não. Foi só desinteresse ou distracção. A dona da obra é a Infra-Estruturas de Portugal, que está sob a alçada dos ministros João Galamba e Fernando Medina, ocupadíssimos com a comissão de inquérito à TAP. Entretanto, o país real limitava-se a ver passar os aviões. Duro destino.


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