June 20, 2023

Galamba mandou 'classificar' documentos só para que os jornalistas não lhes tenham acesso

 


Os jornalistas queriam ver documentos, mas Galamba não queria que vissem, então mandou classificá-los, como se diz agora, à americana, ou seja passaram a ser considerados segredos de Estado, de maneira que os jornalistas já não os podem ler. O problema, para além deste abuso de poder próprio de um tiranozinho qualquer de um mau filme de série B é que os documentos são lidos normalmente e por razões de trabalho, por muitos orgãos e instituições, desde ferroviários a bombeiros que agora também não os podem ler e até podem ser criminalizados por lerem os documentos (do seu trabalho) sem uma série de formalidades próprias do acesso a documentos secretos.

Galamba é o quê...? Um tiranozinho idiota?
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A transparência nem sempre é uma constante entre as administrações públicas ou governos, com prejuízos para todos. O escrutínio por parte dos jornalistas pode inclusive deixar muito irritados os escrutinados. E desta vez foi ao ponto de se ter classificado um vasto conjuntos documentos a que já muitos tinham acesso.

Foi isso que aconteceu ao jornalista do PÚBLICO Carlos Cipriano quando insistiu, por várias vezes, em ter acesso aos documentos do Sistema Geral de Segurança do gestor de infra-estruturas ferroviárias IP.

Perante a insistência no acesso aos documentos, o ministro com a pasta das infra-estruturas, João Galamba, assinou o despacho a classificá-los como segredos de Estado. Problema resolvido, talvez tivesse pensado o ministro.

São um vasto conjunto de documentos que fazem parte do Sistema Geral de Segurança da IP.
São documentos que à partida não têm nada para serem considerados um segredo de Estado. São documentos que, pelo menos desde há 50 anos, são documentos normais, habituais, que estão na posse da antiga CP, da REFER, agora da IP. Mas, como fazem parte dos sistemas de alta segurança, são também partilhados pela Protecção Civil e por corporações de bombeiros. Quando tem a ver com questões de obras na via férrea, são também documentos na posse de empreiteiros, de sub-empreiteiros, e que, portanto, nunca, até hoje, foram classificados, porque nunca se percebeu que houvesse aí algum grau de criticidade que se levasse a essa classificação.

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