A jornalista começa por dizer que acha que is cartazes são racistas, mas não apresenta uma única razão para essa afirmação, o que é estranho, dado afirmar tão convictamente que o são. Depois dá muitas razões que não têm que ver com os cartazes, como se o tivessem, para deixar essa impressão de que os professores são racistas.
Diz que as pessoas não sabem, porque não se ouviu na TV, mas alguém na assistência dirigiu expressões como 'preto' e monhé' ao primeiro-ministro. Ora, os cartazes e estas expressões que alguém diz ter ouvido são duas coisas completamente distintas, que esta jornalista cola a cuspo para dar a ideia de que os cartazes têm implícitas aquelas expressões racistas e, por isso, são racistas.
Mais à frente cita 1 pessoa, uma deputada municipal que lê racismo na sua conta de Twitter, como legitimação de que os portugueses,em geral, são racistas contra Costa, de onde fica sub-entendido que as manifestações contra Costa têm motivos racistas e, por isso, as manifestações dos professores são racistas.
Dá ideia que é aí que ela quer chegar. Parece-me uma generalização abusiva.
Eu também sou 1 pessoa e, se bem que não tenha a importância que ela atribui a deputados, sou professora e embora não me dê com os 150 mil professores do país, dou-me regularmente com muitas centenas e sigo blogs de professores com milhares de comentários e nunca ouvi nenhum colega chamar 'preto' e/ou monhé' ao primeiro-ministro.
Quer isto dizer que posso generalizar ao ponto de afirmar que nenhum professor é racista? Claro que não, isso seria uma improbabilidade que desafia a lógica. Porém, o facto de haver pessoas racistas no país e até, de haver professores que serão racistas, não permite concluir que todos os portugueses são racistas, que os professores em particular são racistas e que os cartazes do 10 de Junho são racistas e parece-me que esta jornalista distorce os factos para forçar esse ponto de vista. Chega ao ponto de dizer que o presidente da Frente Anti-Racista que não entendeu os cartazes como obviamente racistas, não percebe o que é o racismo...
O discurso habitual de António Costa sobre o racismo de que foi vítima sempre tentou corresponder à ânsia da maioria dos portugueses, que é, efectivamente, negá-lo ou minimizá-lo.
O racismo estrutural em Portugal afectou e afecta todos os não brancos, qualquer que seja o seu estatuto social, embora seja imensamente mais duro para os mais pobres. António Costa sempre passou por isso – basta ler como é tratado nas redes sociais para ficar a saber o que a casa gasta.
... o discurso habitual de António Costa sobre o racismo de que foi vítima sempre tentou corresponder à ânsia da maioria dos portugueses, que é, efectivamente, negá-lo ou minimizá-lo.
Gostaria de saber se os cartazes que retratavam Passos Coelho com um bigodinho à Hitler são, na opinião da Ana Sá Lopes, racistas ou similar.
ReplyDeleteQuanto ao resto, é verdade que muitos tratam o PM por esses epítetos, incluindo opositores do PS.
Já agora, quando tratam Cavaco como um velho, uma múmia de Boliqueime, um plebeu que chegou à corte, a Ana Sá Lopes não se comove?
É tudo a conveniência e profundamente parcial.
Na opinião de muita gente da esquerda, Cavaco Silva e PPC merecem esses nomes todos porque são maus, ao passo que Costa e os outros do PS não merecem porque são bonzinhos e coitadinhos.
ReplyDelete