June 30, 2023

Neste dia assinala-se o aniversário da 'Noite das Facas Longas'

 


Recently appointed as German chancellor, Adolf Hitler greets President Paul von Hindenburg in Potsdam, Germany, on March 21, 1933. —⁠US Holocaust Memorial Museum; US Holocaust Memorial Museum, courtesy of B. I. Sanders 
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Em 1933 Hitler, líder do partido nazi, foi nomeado por Hindenburg, presidente da República de Weimer, como Chanceler à frente de um governo de coligação. O outro partido da coligação era o Partido Popular Nacionalista Alemão (Deutschnationale Volkspartei; DNVP). 

Assim que chegou ao poder, Hitler eliminou todos os partidos rivais. Depois, temendo a revolta do exército que estava sob as ordens de Hindenburg, um militar respeitado da Grande Guerra, resolveu decapitar o exército de todas as suas pessoas e facções hostis ao partido.

A 'Noite das Facas Longas' foi uma purga ordenada por Hitler na noite do dia 30 de junho de 1934. Tinha como alvo principal as SA, uma força de milícias nazis para-militares que chegou a ter 3 milhões de homens, comandadas por Röhm, um nazi, amigo de longa data de Hitler que em tempos lhe deu muito jeito mas que não lhe tinha devoção pessoal e era um embaraço à conquista do apoio do exército alemão.

Hitler encarregou Himmler e as SS de executarem a purga.

Nessa noite foram executados uma quantidade grande de políticos e militares escolhidos a dedo. Os maiores alvos da purga, além de Röhm e das SA, eram membros da facção strasserista (dos irmãos Strasser) do partido nazi, incluindo o seu líder, Gregor Strasser. Entre as vítimas também estavam proeminentes conservadores anti-nazis (como o ex-chanceler Kurt von Schleichere Gustav Ritter von Kahr, que havia suprimido o Putsch de Hitler em 1923. Foram mortas 85 pessoas e milhares foram presas. 

Hitler aproveitou a ocasião e perseguiu sociais-democratas e comunistas. Entre os perseguidos, estava o vice-chanceler Papen, que tinha discursado contra o nazismo e todos seus aliados. A Gestapo matou Erich Klausener, líder da Ação Católica da Alemanha. 

Hitler, Göring e Himmler também ordenaram a Gestapo a executar velhos inimigos. Kurt von Schleicher, ex-chanceler, e sua esposa, foram assassinados em casa. Outros mortos foram Gregor Strasser, ex-nazi que se desfiliara do partido em 1932, e Gustav Ritter von Kahr, ex-comissionário que participara no Putsch de 1923. O corpo de Kahr foi encontrado na floresta de Munique com golpes de picareta.
Willi Schmid, crítico musical do jornal de Munique, confundido pela Gestapo com um adversário antigo de Hitler, foi assassinado por engano.

Röhm foi preso e depois assassinado por Theodor Eicke, que veio a ser chefe do campo de concentração de Dachau. 

Göring deu instruções à polícia para queimar "todos os documentos relacionados com os eventos dos últimos dois dias". Entretanto, Goebbels tentou impedir que os jornais publicassem a lista de mortos, mas divulgou a notícia que Röhm e Schleicher estavam a tentar derrubar o governo e tirar Hitler do poder. Em 13 de julho de 1934, Hitler justificou a purga na rádio nacional: havia um grande movimento para acabar com o nazismo e controlar o exército e ele tinha impedido e restaurado o orgulho alemão.
E foi assim que Hitler consolidou o seu poder como absoluto: com assassinatos e prisões políticas.

Os assassínios representaram um ponto de viragem vital pois mostrava que o regime estava disposto a cometer assassínios como um acto de Estado para a sua sobrevivência.
 
Este conceito não passou despercebido às principais figuras nazis da época. Mais de nove anos depois, Himmler proferiu o seu infame discurso aos generais das SS em Posen (Poznań), na Polónia ocupada pelos alemães, a 4 de outubro de 1943. 
Neste discurso, muitas vezes referido como o discurso de Posen de Himmler, ele abordou a questão da chamada Solução Final. Ao introduzir o tópico, ele referiu-se explicitamente ao papel das SS na Purga de Röhm como um reflexo do compromisso das SS de fazer o que Hitler considerasse necessário. Disse ele:
"Quero apresentar-vos com toda a franqueza um capítulo difícil. Deveríamos poder falar dele abertamente entre nós, mas nunca o faremos publicamente. Tão pouco como nós [os SS] hesitámos, a 30 de junho [de 1934], em cumprir a tarefa que nos foi ordenada de encostar à parede os camaradas que se tinham extraviado e fuzilá-los, tão pouco falámos sobre isso e [tão pouco] falaremos sobre isso [no futuro].... Cada um de nós estremeceu, então; no entanto, cada um de nós compreendeu claramente que o faria da próxima vez, se fosse ordenado e, se fosse necessário. Refiro-me à evacuação dos judeus, à aniquilação do povo judeu.

 fonte: holocaust.encyclopedia


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