E leve o das finanças consigo. Nódoas. Primeiro despedem de surpresa e pela TV a CEO, o que é um grande cartão de visita para conseguir quem queira ser dirigente de empresas neste país e depois embrulham as indemnizações em contratos com advogados amigos e atiram dinheiro à toa para todo o lado (podem ser 500 mil euros ou 55 milhões, o dinheiro é o estúpido do povo que paga) até serem descobertos e se enredarem em mentiredos e patifarias.
Agora com o caso da TAP e com o que tem vindo a lume sabemos que são todos uma cambada de ignorantes, incompetentes e amadores sem profissionalismo nem brio: contratam e despedem a partir de conversas e bocas no WhatsApp; conhecem um qualquer numa campanha, bebem duas cervejas com ele e já está: vai a ministro ou secretário de Estado; ou alguém da família tem um amigo muito fixe ou ouviu alguém numa conferência e achou que tinha ideias giras ou alguém recomenda fulano de tal que arranjou votos nas eleições e safou um camarada de um problema com a justiça e já está: vai a ministro ou secretário de Estado ou chefe de gabinete ou dirigente de uma empresa pública.
E é para sustentar esta chusma que se degrada a saúde, a educação e a justiça.
De meio milhão para 45 mil euros – este país está louco
"De meio milhão para 45 mil euros – este país está louco
A senhora meio milhão transformou-se subitamente na senhora 45 mil euros. A indemnização obscena de 2022 deu lugar à indemnização ridícula de 2023.
(...)
Ninguém a pode levar a mal por isso, mas é pena não ter dado um pouco mais de luta nesta fase final. Há aqui um salto quântico que merecia debate público. Alexandra Reis saiu da TAP com meio milhão, para logo a seguir ser contratada pela NAV e depois convidada para o Governo. Uma vergonha. E agora temos a vergonha contrária: nem emprego, nem dinheiro. Responder a uma injustiça com outra injustiça não é justo – é duplamente injusto. Do primeiro ao último dia, o caso Alexandra Reis é um desfile de decisões absurdas. Esta foi mais uma."
JMT
------------
Ex-secretário de Estado das Infra-Estruturas e actual vice-presidente do PSD diz que havia um “direito potestativo” que favorecia eventual futura recompra da TAP pelo Estado.
O ex-secretário de Estado das Infra-Estruturas Miguel Pinto Luz escreveu uma carta a desmentir em toda a linha a tese que Pedro Marques levou ao Parlamento sobre a privatização da TAP em 2015. O actual vice-presidente do PSD diz que não só o ex-ministro do Planeamento e Infra-Estruturas do governo PS, entre 2015 e 2019, baralha uma série de documentos, como nem os leu.
Pinto Luz assegura que aquilo que Pedro Marques foi dizer esta semana, à Comissão de Economia e à comissão parlamentar de inquérito, que ter o nome de carta de conforto, na verdade, era um “direito potestativo” que favorecia o Estado.
“Também não leu o despacho que assinei com a minha colega do Tesouro, Isabel Castelo Branco, que autorizava a Parpública a explicar aos bancos esse direito potestativo. Se tivesse lido, não insistia em falar em carta de conforto”, atira Miguel Pinto Luz, numa carta enviada aos jornalistas.
Pinto Luz acusa Pedro Marques de fazer acusações de “má-fé” e de não ter lido nenhum documento referente à TAP. Não leu, assegura o actual vice de Montenegro, os documentos de transição e recomprou a TAP sem ler “os documentos relativos à sua capitalização”. Pinto Luz até apresenta notícias que dão conta de que, em 2015, houve passagem de pasta e dossiês na mudança de governo.
Segundo Pinto Luz, o ex-ministro também “não leu acordo relativo à estabilidade económico-financeira” que obrigava o accionista privado a manter mensalmente a companhia em situação líquida positiva. E que permitia ao Estado resgatar a empresa; caso isso não acontecesse, com o accionista a perder toda a capitalização feita.
No Parlamento, Pedro Marques tem insistido que a tal carta de conforto colocava todos os lucros na parte dos privados e todos os riscos do lado do Estado, assegurando que esta carta e a privatização eram “desastrosas” e “lesivas” para o país. Pinto Luz rejeita esta tese. Garante que não se tratava de uma carta de conforto, mas sim de um direito potestativo que “teria prevenido” que David Neeleman viesse a receber 55 milhões de euros e que garantia que o Estado podia recomprar a TAP “sempre em melhores condições”. Pedro Marques tinha dito que a carta de conforto obrigava o Estado a comprar a companhia mesmo que estivesse “espatifada”, caso o privado falhasse uma única prestação ao banco.
Pinto Luz acusa ainda Pedro Marques de não ter lido o relatório e contas da TAP, segundo os quais “a dívida da empresa baixou de 480 milhões para 140 milhões”.
Depois da sua defesa, Pinto Luz passou ao ataque e lembrou que o acordo de recompra da TAP, negociado já pelo governo PS, prévia que, “perante incumprimento por parte do privado, a Parpública era obrigada a injectar na TAP quase 600 milhões, mantendo o privado todos os direitos de voto e económico e todos os poderes no modelo do governo. Ou seja, o privado não pagava, mas continuava a mandar”.
O ex-secretário de Estado das Infra-Estruturas do governo liderado por Passos Coelho, que acompanhou por 27 dias o fim da privatização da TAP em 2015, desafiou Pedro Marques a explicar os 55 milhões pagos a Neeleman, disse que ninguém sabe explicá-los e lembrou que a decisão de renacionalizar a companhia nada teve a ver com uma alegada carta de conforto, mas com um soundbite da campanha eleitoral em 2015. “A decisão já estava tomada”, escreveu, rematando: “A TAP privatizada foi a melhor TAP de sempre.”
NOVO
No comments:
Post a Comment