Os tais que são tão positivos e civilizados que as autoridades até mandam que se feche a cidade, encorajando-os assim à violência pela normalização da expectativa dos seus comportamentos selvagens, ao ponto de cercear a liberdade de todos os outros. Falo de hoje, numa aula de uma turma bastante boa em todos os sentidos, agora que estamos no fim do 11º ano, ter reparado numa frase de uma imensa violência verbal escrita no estojo de um aluno que se senta mesmo à frente. Em letras grandes e com o estojo posicionado de modo a que apenas os professores podem ler, já que somos quem se encontra em sua frente, é evidente que aquilo se dirige a nós, por muito que ele negue. Uma coisa mesmo nojenta e ordinária. Pergunto a mim mesma, onde vão eles buscar esta maneira de se relacionarem socialmente com os outros e de esperarem que os outros se acomodem? Talvez à bola e à benevolência com que estes comportamentos e atitudes ordinários e violentos são aceites ao mais alto nível das instituições, cada vez menos democráticas.
Uma parte será da sua personalidade, outra do meio que frequentam, outra da educação que (não) tiveram. Enfim...
ReplyDeleteComigo, esse aluno teria sido exposto perante a turma na hora e convidado a sair da sala de aula de imediato.
A última vez que mandei um aluno sair da aula foi há 25 ou 30 anos. Os alunos vão à escola para estar nas aulas a trabalhar. Não ponho alunos na rua a não ser que impeçam a aula de funcionar, o que não foi o caso.
ReplyDeleteMandei-o ler em voz alta o que ali estava escrito (o que ele fez muito embaraçado, porque uma coisa é escrever no estojo outra é dizer em voz alta comigo a olhar) e perguntei-lhe se aquilo era para mim e ele disse que não. Então se não era, para que o escreveu e pôs aqui para que eu visse. E perguntei-lhe o que pensaria se eu, ou outro professor, escrevêssemos o que ele escreveu e puséssemos isso em frente dos alunos de maneira a que lessem. Se achariam normal ou extremamente ofensivo, ao que a turma toda respondeu, 'extremamente ofensivo'.
Depois disse-lhe que não ia ficar mal disposta ou estragar a aula a toda a gente por causa dele ser ordinário e que ia relatar o sucedido aos pais e aos outros professores. E trabalhámos todos o resto da aula muito bem. Umas alunos tinham uma apresentação oral que correu muito bem. E ele ficou ali o resto da aula, envergonhado e com vontade de ir embora. Mas não foi e teve que aguentar. Não foi capaz de pedir desculpa.
Há 25 ou 30 anos? Uau! Nesse capítulo, é uma sortuda. Acredite!
DeleteTudo o que tenho é sorte? Pois. Deus nos livre de eu ter algumas qualidades
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