Até ao 9º ano um aluno só pode reprovar por faltas e apenas se faltou a mais de 75% das aulas, o que significa que podia ir às aulas durante Setembro, Outubro e metade de Janeiro e depois faltar o resto do ano e passar com nota negativa a todas as disciplinas. É assim que as coisas são agora. Como não há exames ou, mesmo havendo, ter 90%, 50% ou 10% de nota no exame é igual, quer dizer, não há consequências, os alunos chegam ao 10º ano sem conhecimentos, sem hábitos de estudo e de trabalho, sem noção do valor do esforço, sem noção da importância da assiduidade e da pontualidade, sem noção das suas insuficiências académicas e sem noção da sua imensa ignorância. Aqueles que têm pais com certo tipo de formação e que tiveram a sorte de ter professores que ainda lutam contra a rebaldaria que agora é quase lei, vêm com outra atitude, mas são cada vez mais raros. A maioria dos pais leva tempo a perceber que os filhos já não podem faltar à vontade sem consequências e que as notas correspondem, de facto, a aprendizagens. Este ministro, desde o tempo em que era SE e era ele quem decidia tudo, transformou o ensino público num simulacro e está a formar uma tempestade perfeita. Francamente não consigo perceber a sua intenção, mas se calhar não há nenhuma má intenção e é só mesmo mediocridade.
Mas a culpa também é nossa. 90% dos meus colegas passam todos os alunos, saibam ou não alguma coisa. Por exemplo, no 8.° A, dei 50% de 2 e a minha colega de matemática 60. O resto foi um oásis.
ReplyDeleteHá vezes em que tenho vergonha de ser portuguesa. E tenho pena sincera destes alunos que nunca irão a lado algum apesar de passarem de ano.
ReplyDeleteEstes políticos não têm nada que ver com ser português.
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