Choveu toda a noite
sobre as memórias do verão.
Ao anoitecer saímos
no meio de um ribombar lúgubre de pedras
e, parados na margem, levantamos as lanternas
para explorar o perigo das pontes.
Ao amanhecer vimos as pálidas andorinhas
ensopadas e pousadas sobre os fios
à espreita de indícios secretos de partida –
e refletiam-nas na terra
as fontes com os rostos desfeitos.
- Antónia Pozzi
(tradução de Inês Dias)
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Morte di una stagione
Piovve tutta la notte
sulle memorie dell’estate.
Al buio uscimmo
entro un tuonare lugubre di pietre,
fermi sull’argine reggemmo lanterne
a esplorare il pericolo dei ponti.
All’alba pallidi vedemmo le rondini
sui fili fradice immote
spiare cenni arcani di partenza –
e le specchiavano sulla terra
le fontane dai volti disfatti.
Pasturo, 20 settembre 1937
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