Imagens de sua bodycam gravadas enquanto tratava soldados feridos e civis foram contrabandeadas da cidade sitiada por jornalistas da Associated Press e ajudaram a alertar o mundo exterior para a dimensão da catástrofe humanitária em curso. Quando estas imagens chegaram ao público internacional, a própria Paievska já se encontrava em cativeiro no Kremlin.
A médica ucraniana passaria um total de três meses como prisioneira de guerra. Desde então, tem falado longamente sobre as condições terríveis desse tempo em que esteve sob custódia russa. Dirigindo-se aos legisladores norte-americanos em Setembro de 2022, Paievska descreveu como numerosos colegas prisioneiros, incluindo crianças com sete anos de idade, morreram nos seus braços em resultado de tortura ou devido à falta de cuidados médicos básicos. "Neste tormento do inferno, as únicas coisas que sentiram antes da morte foram abusos e espancamentos adicionais".
O tratamento bárbaro dos prisioneiros ucranianos não foi surpresa, pelo contrário, Paievska viu-o como estando inteiramente de acordo com as realidades quotidianas na Rússia de hoje. "O regime de Putin é um estado policial onde tudo é construído sobre sangue. Eles torturam rotineiramente o seu próprio povo. Porque deveriam ter pena de mim ou de quaisquer outros prisioneiros ucranianos?"
Paievska insiste que esta experiência traumática não lhe roubou a sua humanidade, mas admite que está agora mais convencida do que nunca da necessidade de isolar a Rússia. "Não tenho sentimentos de ódio contra eles, apesar de tudo o que me fizeram a mim e aos meus camaradas. Vejo-os como pessoas doentes. Não se pode estar zangado com alguém por estar doente, mas a comunidade internacional deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para os isolar".
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