E compara Ponta Delgada que é uma pequena cidade ao país... e lá até já resolveram o problema - ontem vinha nos jornais que a direcção voltou atrás e vai reconstruir as escalas o que significa que o governo interveio e resolveu o problema.
O novo ministro começa o seu mandato a desresponsabilizar-se e a desvalorizar o problema (compara uma pequena cidade das ilhas ao continente), tornando a questão da crise na saúde uma questão de PS e PSD. A afirma que o SNS dá uma belíssima resposta aos problemas da saúde. Aliás, diz que as que as dificuldades nas urgências estão circunscritas a três ou quatro hospitais. Esquece-se de dizer que entre esses hospitais estão, o Hospital Santa Maria e a Maternidade Alfredo da Costa, que são os dois hospitais de referência do país, o segundo enquanto maternidade. É assim como dizer que só há duas cidades do país em grande crise e essas cidades serem Lisboa e Porto.
manuel-pizarro-quanto-melhor-a-qualidade-assistencial-melhor-a-remuneracao
Todos os dias, surgem notícias de problemas, esta semana foi em Ponta Delgada. Não é apenas em Lisboa, há casos em todo o país...
Ponta Delgada é a demonstração de que uma governação do PSD também não teria solução para este problema. Nos poucos sítios onde a responsabilidade é do PSD, os problemas são gravíssimos e até parece que mais intensos do que no continente, onde a responsabilidade é, de facto, do Governo. Mas eu não branqueio os problemas. Os problemas existem, são sérios, em alguns sítios as dificuldades são muito significativas. Mas, no essencial, o SNS continua a dar uma belíssima resposta.
Disse esta semana no Parlamento que as dificuldades nas urgências estão circunscritas a três ou quatro hospitais. Qual é então a razão para uma perceção diferente na opinião pública? É um exagero dos média?
Não. Em primeiro lugar, a expectativa das pessoas é que tudo funcione de forma adequada. E é a única expectativa que pode ter quem governa na saúde. O que é notícia? Não são as 70 ou 80 unidades de saúde onde as urgências estão abertas e a funcionar como devem. O que é notícia, naturalmente, são as unidades onde há mais tempos de espera, que funcionam de forma mais desorganizada. Eu compreendo isso.
A abertura de vagas ou, por exemplo, de mais faculdades, tem tido resistência por parte da Ordem dos Médicos.
No fim do dia, é uma decisão do Estado. O Estado tem de dialogar com a Ordem dos Médicos e tem de estabelecer uma plataforma de equilíbrio. Por exemplo, a conceção de que nós estamos a formar médicos para trabalhar no SNS era uma conceção justa há 10 ou 20 anos, mas hoje não é verdadeira. As pessoas são diferentes, o Mundo é diferente. Hoje, muitos jovens médicos, independentemente das condições que sejamos capazes de oferecer, quererão ir para outros países.
Não vê que seja um problema o facto de haver um investimento tão grande do Estado a formar médicos que vão para outros países? Deve ser obrigatória a prestação de um tempo de serviço mínimo no SNS?
Acho que isso não resolve nada. Não imagino que obrigar alguém a exercer uma atividade profissional, num sítio qualquer, durante um qualquer período, seja benéfico. Se sabemos que vamos perder uma parte dos profissionais, porque eles vão optar por emigrar ou pelo setor privado, isso significa que temos de formar mais médicos.
A seguir diz que acha normal o país formar médicos para que emigrem e que a solução não é fixá-los no SNS, mas formar mais médicos... para emigrarem...?
Não acho normal que em lugares estratégicos do país e em crise escolham pessoas que desresolvem os problemas com prejuízo para todos.
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Todos os dias, surgem notícias de problemas, esta semana foi em Ponta Delgada. Não é apenas em Lisboa, há casos em todo o país...
Ponta Delgada é a demonstração de que uma governação do PSD também não teria solução para este problema. Nos poucos sítios onde a responsabilidade é do PSD, os problemas são gravíssimos e até parece que mais intensos do que no continente, onde a responsabilidade é, de facto, do Governo. Mas eu não branqueio os problemas. Os problemas existem, são sérios, em alguns sítios as dificuldades são muito significativas. Mas, no essencial, o SNS continua a dar uma belíssima resposta.
Disse esta semana no Parlamento que as dificuldades nas urgências estão circunscritas a três ou quatro hospitais. Qual é então a razão para uma perceção diferente na opinião pública? É um exagero dos média?
Não. Em primeiro lugar, a expectativa das pessoas é que tudo funcione de forma adequada. E é a única expectativa que pode ter quem governa na saúde. O que é notícia? Não são as 70 ou 80 unidades de saúde onde as urgências estão abertas e a funcionar como devem. O que é notícia, naturalmente, são as unidades onde há mais tempos de espera, que funcionam de forma mais desorganizada. Eu compreendo isso.
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No fim do dia, é uma decisão do Estado. O Estado tem de dialogar com a Ordem dos Médicos e tem de estabelecer uma plataforma de equilíbrio. Por exemplo, a conceção de que nós estamos a formar médicos para trabalhar no SNS era uma conceção justa há 10 ou 20 anos, mas hoje não é verdadeira. As pessoas são diferentes, o Mundo é diferente. Hoje, muitos jovens médicos, independentemente das condições que sejamos capazes de oferecer, quererão ir para outros países.
Não vê que seja um problema o facto de haver um investimento tão grande do Estado a formar médicos que vão para outros países? Deve ser obrigatória a prestação de um tempo de serviço mínimo no SNS?
Acho que isso não resolve nada. Não imagino que obrigar alguém a exercer uma atividade profissional, num sítio qualquer, durante um qualquer período, seja benéfico. Se sabemos que vamos perder uma parte dos profissionais, porque eles vão optar por emigrar ou pelo setor privado, isso significa que temos de formar mais médicos.
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