November 07, 2022

Sem surpresa: 90% dos professores contra diretores decidirem entradas nos quadros




Quase 90% dos professores rejeitam as propostas do Governo de reforçar o recrutamento direto pelas escolas e de os docentes poderem vincular nos quadros de um agrupamento com base num perfil definido pelos diretores, revela um inquérito promovido pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), divulgado esta segunda-feira, quando organizações e equipa ministerial se voltam a sentar à mesa negocial por causa da revisão do regime de concursos.


"É um diploma com enorme impacto na vida profissional e pessoal dos professores, que permite a aproximação à residência e, por isso, deve reunir consensos e não ir contra a opinião de 90% da classe. Seria comprar uma guerra com os professores", defende Júlia Azevedo. A presidente do SIPE admite, por isso, que se as negociações não terminarem em acordo os professores podem voltar a fazer este ano letivo. "Temos esperança de ser ouvidos mas está tudo em cima da mesa", assumiu ao JN.

De acordo com os resultados do questionário, a esmagadora maioria dos professores (89,3%) concordam com a revisão do modelo de concursos e com a intenção do ministro, João Costa, de reduzir a dimensão dos Quadros de Zona Pedagógica - proposta apoiada por 96,7% dos inquiridos.

Quase um quarto (23,9%) dos professores que responderam ao questionário estão colocados a mais de 50 quilómetros de casa. Mais de 20% garantem gastar entre 200 a 500 euros por mês em deslocações ou numa segunda habitação e outros 9% dizem ter uma despesa mensal de mais de 500 euros para ir dar aulas. A esmagadora maioria concorda, por isso, com a criação de apoios à deslocação (82,2%), apoios para o arrendamento (70,7%) ou a possibilidade de essas despesas serem deduzidas em sede de IRS (82,4%).

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