Acrescentava um capítulo inteiro ao seu famoso livro, com o título, Putin.
Já li isto há décadas mas lembro-me que havia toda uma secção que falava em que os líderes incompetentes tinham como traço comum desprezarem informação vital se ela fosse contrária aos seus preconceitos firmados, como muito exemplos da História.
Faço uma pequena colecção de dicionários e um dos meus preferidos é este Dicionário dos Cercos e Batalhas Memoráveis mais os Combates Marítimos famosos de todos os tempos e povos do mundo até ao final do século XVIII.
São 6 volumes e custaram-me... 299 escudos - menos de dois euros 😃 ainda tem o preço marcado.
Enfim, para além das vezes que o consulto para procurar um acontecimento específico, de vez em quando abro uma página ao calhas de um volume ao calhas e leio meia dúzia de entradas. Aprende-se sempre.
Conta-nos que o rei de Nápoles, acabado de ser escorraçado de Roma, soube que o general Lemoine recebera ordem de entrar nos Abruzos, província que não era defendida por tropas regulares.
Num excesso de furor e delírio, o rei de Nápoles ordenou aos seus súbditos para se levantarem em massa e exterminarem, em dois dias, tudo o que tivesse um nome francês.
Nunca, diz-nos o dicionário, uma ordem bárbara foi tão fielmente executada sobre todos os homens encontrados sozinhos e sem defesa; sobre os doentes; sobre as mulheres; as crianças; os viajantes. Todos tombaram sob os golpes dos cobardes napolitanos. [o dicionário é francês 🙂]
Porém, quando estes viram o exército francês avançar para cima deles contentaram-se em assediar em vez de matar e, meia dúzia de clarões das armas, foram o suficiente para os assustar. Fugiram a acoitar-se na cidade. O general Lemoine convocou o governador para que se rendesse mas não obteve resposta.
As tropas francesas aproximaram-se dos muros da cidade na noite de 18 de Dezembro de 1798, forçaram as portas e entraram na cidade. O forte rendeu-se completamente na manhã seguinte. Encontraram muitas munições, mas a resistência da multidão antes enlouquecida foi tão fraquinha que os habitantes de Áquila ficaram completamente espantados, quando acordaram, de encontrar a cidade nas mãos dos franceses.
Aqui aprende-se que as batalhas não se ganham com delírio bárbaros e assassinos e que um exército ou uma multidão desembestada não indicam superioridade ou sequer bravura e muitas vezes é fogo-fátuo que esmorece à primeira dificuldade. Um bocadinho a situação da Rússia na Ucrânia, não? O delírio furioso de Putin e dos seus mercenários assassinos não os tornam melhores combatentes nem mais corajosos por serem bárbaros.
(tem significado que o oligarca russo tenha criado um grupo de mercenários que ele vê como guerreiros (mas não são, até agora nunca tinham encontrado dificuldades) com o nome de Wagner... o compositor das óperas dos guerreiros puros, tão amado dos nazis pelas suas características nacionalistas)
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