October 13, 2022

O túmulo de Nureyev

 



Photo: packshot/Depositphotos

O túmulo de Rudolf Nureyev reflete o seu gosto por têxteis de que era um ávido colecionador. Localizado no cemitério de Sainte-Geneviève-des-Bois, nos subúrbios de Paris, o túmulo é um drapeado em mosaico realista, de um tapete kilim oriental. Criado pelo cenógrafo Ezio Frigerio, que colaborou frequentemente com Nureyev, o túmulo é uma bela expressão visual da vida notável do bailarino.

Nureyev nasceu numa família muçulmana Tartar em 1938, perto da Sibéria. Apaixonou-se pelo ballet aos seis anos de idade quando a mãe o levou, mais às suas três irmãs mais velhas para uma actuação de Song of the Crane. Embora o seu pai, que pertencia aos militares, o proibisse de dançar, a sua mãe encorajou-o a perseguir os seus sonhos.
No final dos anos 50, Nureyev tornou-se um dos melhores bailarinos masculinos de ballet da União Soviética, conhecido não só pela sua técnica, mas também pelas suas modernas interpretações do ballet clássico. Esta vontade de quebrar fronteiras tornou-o popular, mas a sua atitude não conformista também preocupava o governo.
Em 1961, Nureyev foi autorizado a viajar para Paris com a sua companhia, o Ballet Kirov, para a sua primeira digressão internacional. Foi com relutância que o deixaram ir e, embora estivesse vigiado de perto pelo KGB, Nureyev conseguiu fugir e pedir asilo, em Paris. Foi o primeiro artista a desertar durante a Guerra Fria, causando uma grande comoção. Em 1982, depois de duas décadas apátrida, a Austria concedeu-lhe cidadania. 

Ao deixar a União Soviética para trás, Nureyev conseguiu a liberdade criativa que queria para crescer. Tornou-se o bailarino principal do The Royal Ballet e trabalhou extensivamente com o American Ballet e o National Ballet of Canada. Durante a maior parte da década de 1980, foi o director do Ballet de Ópera de Paris. Continuou o seu trabalho lá até 1989, mesmo já doente.

Em 1984, Nureyev testou positivo ao VIH e acabou por desenvolver a SIDA. Em 1993, após várias estadias no hospital, faleceu devido a complicações da SIDA.

O seu túmulo é uma representação visual da opulência com que o dançarino se rodeava e desde a sua revelação, em 1996, tornou-se um dos locais mais visitados do cemitério.

Photo: Gabrielle Pilotti Langdon
September 1985 issue.


Photo: packshot/Depositphoto 

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