September 05, 2022

Kaja Kallas, "Talvez agora seja o momento de nos ouvirem."




Kaja Kallas

@kajakallas

É uma honra receber o Prémio Internacional da Fundação Hayek juntamente com os meus colegas letões e lituanos pela defesa dos valores democráticos europeus.
Disse no meu discurso que a defesa dos valores democráticos europeus é tão actual hoje como quando construímos a Estónia.
Hoje defendemos estes valores na Ucrânia. A Ucrânia está sob o ataque da Rússia porque é uma democracia, porque construiu uma economia de mercado aberta e queria tornar-se parte da família do Estado de direito da UE.
A União Soviética entrou em colapso, mas a sua ideologia expansionista manteve-se. A Ucrânia não é vítima de um único erro de cálculo por parte de um louco. Estamos a assistir a uma longa campanha planeada pelo Kremlin para exercer controlo sobre os países vizinhos através da força bruta, independentemente do custo humano.
Muitos têm defendido a necessidade de negociarem com a Rússia, tendo em conta os seus interesses. Isto tem sido um erro. Um exemplo foi não conceder o MAP à Ucrânia e à Geórgia na cimeira de 2008 da OTAN. A Rússia interpretou essa recusa como uma fraqueza, um convite para se estabelecer militarmente na Europa.
Agora, é nossa responsabilidade aprender as lições das decisões do passado. Não podemos repetir os erros que cometemos com a nossa resposta à agressão na Geórgia, Crimeia e Donbas, onde a Rússia ganhou territórios e não foi punida por isso. Não se seguiram consequências legais.
Se não conseguirmos manter-nos fortes e reprimirmos o agressor, se não perseguirmos os crimes de guerra e o crime de agressão, toda a ordem internacional baseada em regras, em leis, está em perigo. O preço sobe com cada atraso e cada hesitação. Encontrar o mal a meio caminho é à mesma uma vitória para o mal.
Aqueles que partilham uma fronteira com o agressor têm uma perspectiva diferente dos que têm melhores vizinhos. Enquanto construímos a nossa democracia, na linha dos princípios de Hayek, estamos a ouvir os amigos e conselheiros internacionais. Talvez agora seja o momento de nos ouvirem.

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