August 21, 2022

#FreeAssange

 


4 comments:

  1. Fui educada na certeza de que os segredos não são de revelar. Mas são segredos individuais, pormenores que, por enormes que sejam ou se façam, dizem respeito a um único indivíduo perante o qual nos responsabilizámos. Dá-los a conhecer é deslealdade, falta de amor, má conduta.
    Não é o caso de Assange. À falta de ética de que é acusado por violar segredos políticos bem guardados, não se sobrepõe o dever ético de informar o mundo sobre o que efectivamente acontece?!

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  2. As pessoas que guardam os seus segredos a sete chaves mas violam o espaço íntimo dos outros têm uma relação de excesso de poder com o mundo e os outros e, e onde há excesso de poder, há sempre abuso e desrespeito pelos direitos dos outros.
    Os EUA abusaram do seu poder e Assange, como qualquer bom jornalista que se preze denunciou os abusos. Não eram segredos políticos, eram documentos que mostravam crimes de guerra cometidos pelas forças americanas no Iraque na era de Bush - um indivíduo que invadiu o Iraque com mentiras e falsos pretextos. Assange denunciou crimes como agora os jornalistas denunciam os crimes de Putin. O público tem o direito de saber quando os países mentem na ONU e os seus exércitos andam a cometer crimes de guerra.
    De qualquer modo Assange nunca poderia ser um traidor na medida em que não é americano e não está obrigado a nenhuma lealdade aos políticos ou ao exército americano.

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  3. No caso, denunciar os ditos crimes de guerra não tem apenas como consequência afectar a esfera militar, daí ter referido - incorrectamente - "segredos políticos".
    Não sei o que a lei considera traição. Do que conheço e no que toca a segredos, trair é violar a confiança que o outro deposita em nós. O caso de Assange tem outros contornos.

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  4. Os EUA querem julgá-lo por traição. Traição é um conceito que se aplica aos cidadãos de um país. Um americano pode pode trair os EUA mas não um australiano.
    Era mesmo suposto afectar a esfera militar, uma vez que eram militares quem violava, torturava e fazia vídeos de sevícias sexuais a presos iraquianos, impunemente.

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