Para concluir várias vezes que esta ministra é muito boa e nada do que se passa no SNS é culpa sua, diz que os problemas vêm de trás e são cumulativos (exceptua-se a si mesmo e diz que o seu trabalho interrompeu a má gestão e foi extraordinário. O que não se percebe é que tendo feito um trabalho extraordinário não tenha servido para melhorar nada, pois se a seguir se voltou ao descalabro...), como se não fosse para interromper descalabros e endireitar os serviços que se contratam ministros e outros funcionários públicos. Como se contratássemos ministros para que continuem os descalabros.
Depois diz que a culpa de tudo é o sector privado que dá cabo de tudo. Repete várias vezes aquela ladainha segundo a qual os hospitais privados só tratam de coisas leves e sempre que têm um caso complexo enviam para o sistema público. O que cada vez mais é mentira, até porque os médicos seniors que estão no privado vêm do público e as condições -físicas e humanas- dos hospitais privados hoje-em-dia não se encontram nos hospitais públicos. Infelizmente os hospitais privados põem o lucro à frente de tudo, mas os públicos, que tinham a virtude de pôr as pessoas à frente dos lucros, hoje-em-dia comportam-se como privados e nisso, este ex-ministro de Sócrates tem razão: as finanças é que mandam nos hospitais. As finanças e as empresas de tarefeiros que lucram com a gestão proletarizante das finanças. Outro dia li isto no FB:
"Quatro grupos empresariais açambarcaram mais de metade dos contratos de prestação de serviços de médicos e enfermeiros tarefeiros entre 2017 e Junho de 2022. Dos 826 contratos publicados no portal Base, 437 foram conseguidos, alegadamente, pelas empresas Precise e EHC, ambas geridas por Nuno Correia Neves, bem como pelas Knower, Talenter e Talenter24, do Grupo Wellow, liderado por César Santos, e também pelas Randstad II e Kelly Services Healthcare, duas empresas multinacionais de emprego temporário. No total, estes quatro grupos e empresas celebraram em cinco anos, alegadamente, contratos superiores a 54 milhões de euros na Saúde em Portugal!
De 2017 até Junho deste ano terão ficado, alegadamente, com mais de metade dos contratos de prestação de serviços de médicos e enfermeiros tarefeiros. E nem todos os contratos são divulgados no portal da contratação pública, pois as entidades do Serviço Nacional de Saúde não são obrigadas a fazê-lo.
Alegadamente, a Precise ganhou 116 desses 826 contratos, arrecadando um total de 16 milhões de euros, enquanto a EHC, ou European Healthcare City, também gerida por Nuno Correia Neves, garantiu 24 contratos, num total de quase sete milhões de euros. As empresas do grupo Wellow, lideradas por César Santos, conseguiram alegadamente a adjudicação de, pelo menos, 140 contratos, no valor de 20,7 milhões de euros. Já a Randstad II e a Kelly Services Healthcare, terão alegadamente celebrado mais de 150 contratos, num total de 17,1 milhões de euros. Destinaram médicos para centros de saúde e serviços hospitalares como, por exemplo, Ortopedia, Pediatria, Anestesiologia e Emergência Médica." (Luis Bigotte de Almeida)
Depois diz que nos privados não há a mortalidade infantil e de grávidas que há no público porque quem frequenta os privados são mulheres da classe alta que lêem e se alimentam bem e por isso não têm complicações nos partos... a sério? E quer dizer, mais de metade das mulheres portuguesas vão ter filhos aos privados mas são todas de classe alta...? A sério? Quando têm complicações mandam-nas logo para o público porque no privado só fazem coisas leves... a sério? Mais de 50% dos portugueses anda em hospitais privados a fazer só coisas leves?
De 2017 até Junho deste ano terão ficado, alegadamente, com mais de metade dos contratos de prestação de serviços de médicos e enfermeiros tarefeiros. E nem todos os contratos são divulgados no portal da contratação pública, pois as entidades do Serviço Nacional de Saúde não são obrigadas a fazê-lo.
Alegadamente, a Precise ganhou 116 desses 826 contratos, arrecadando um total de 16 milhões de euros, enquanto a EHC, ou European Healthcare City, também gerida por Nuno Correia Neves, garantiu 24 contratos, num total de quase sete milhões de euros. As empresas do grupo Wellow, lideradas por César Santos, conseguiram alegadamente a adjudicação de, pelo menos, 140 contratos, no valor de 20,7 milhões de euros. Já a Randstad II e a Kelly Services Healthcare, terão alegadamente celebrado mais de 150 contratos, num total de 17,1 milhões de euros. Destinaram médicos para centros de saúde e serviços hospitalares como, por exemplo, Ortopedia, Pediatria, Anestesiologia e Emergência Médica." (Luis Bigotte de Almeida)
Depois diz que nos privados não há a mortalidade infantil e de grávidas que há no público porque quem frequenta os privados são mulheres da classe alta que lêem e se alimentam bem e por isso não têm complicações nos partos... a sério? E quer dizer, mais de metade das mulheres portuguesas vão ter filhos aos privados mas são todas de classe alta...? A sério? Quando têm complicações mandam-nas logo para o público porque no privado só fazem coisas leves... a sério? Mais de 50% dos portugueses anda em hospitais privados a fazer só coisas leves?
Eu tenho uma doença grave e complexa e à conta disso vou muito a hospitais. Vou a hospitais privados. Não que eu seja contra os hospitais públicos, muito pelo contrário, mas os hospitais estão num estado miserável e não oferecem confiança. Falta tudo, o que há é obsoleto e tudo é feito e marcado para daqui a um ano, o que não é compatível com a minha doença e também afecta a 'humanidade' dos serviços. Num parto, por exemplo, a humanidade do serviço é fundamental. Quase todos os médicos que tenho no privado foram buscá-los a hospitais públicos. Alguns eram os chefes dos serviços. Não fui operada porque o meu adeno não é operável. Fui pedir uma segunda opinião acerca disso a um cirurgião torácico de referência internacional. Ele operou uma amiga que também tinha um adeno no pulmão. Ela consultou-o num hospital público mas foi operada num privado porque, segundo ele lhe disse, as condições no público estão agora bastante abaixo do privado.
Portanto, vejo esta entrevista deste ex-ministro de Sócrates como um sinal do que são os políticos e do descalabro em que o país se encontra: ele está mais preocupado em servir o PS, Costa, a ministra do PS e a ideologia do PS do que em falar a verdade e é por isso que o país resvala em todos os índices - os políticos vão para os governos para servir o partido, os amigos e a ideologia e só em última análise se lembram que há um país com pessoas reais, com problema reais.
António Correia de Campos: "Finanças não confiam na Saúde e são quem hoje gere o setor"
O ex-ministro da Saúde rejeita os pedidos da oposição para o afastamento da ministra Marta Temido, acusa as Finanças "de não terem confiança no Ministério da Saúde e hoje quem gere a Saúde são as Finanças" e defende que "não podemos acabar com o setor privado".
António Correia de Campos: "Finanças não confiam na Saúde e são quem hoje gere o setor"
O ex-ministro da Saúde rejeita os pedidos da oposição para o afastamento da ministra Marta Temido, acusa as Finanças "de não terem confiança no Ministério da Saúde e hoje quem gere a Saúde são as Finanças" e defende que "não podemos acabar com o setor privado".
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