Os hospitais privados estão a abarrotar de doentes e as empresas que os detêm até se abocanham com a facilidade dos lucros. Não poupam ninguém: nem doentes, nem médicos. Ontem fui a uma consulta. Enquanto estava à espera estava a ver perfeitamente que tinham feito overbooking. É o tipo de consulta que leva meia-hora ou mais se for a primeira vez - o meu caso. As pessoas levavam mais de meia hora lá dentro, mas de quinze em quinze minutos entrava mais um doente na sala de espera. Ao fim de duas horas de espera entrei. Era a última. Estava em jejum há horas, o que afinal nem era preciso, nem me deviam ter aconselhado tal coisa. Enfim, ao fim de meia-hora de consulta ligam e eu ouço a conversa, claro: "Estou, sim/ Como assim, outra doente? Eu não tenho agenda aberta. Estou aqui hoje porque ontem não pude vir e hoje pedi um gabinete para ver os doentes que estavam marcados para ontem/ Nem sequer estou no 5º andar, estou no 3º num gabinete que me arranjaram para isto/ Mas quem é que marcou essa doente? /Ah, alguém soube que eu estava cá e marcou-a agora mesmo? Mas eu já estou muito atrasada e fora do horário/ Como assim, insiste?/ Bem, está bem, quando esta senhora sair mande-a entrar.
Conclusão: és médico e estás no edificio? Vai facturar!
Nós esperamos horas infindas e os médicos trabalham horas a mais.
Ah pois trabalham! E eu sei disso!
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