Mais uma vez o agressor é justificado como estando, inevitavelmente, a reagir a ofensas de outrem e a ter problemas no seu passado que fazem perceber esta atitude. O agredido não tem justificação e ninguém quer saber dele.
Depois de agredir o apresentador, com a mão e com palavras violentas, deram-lhe um prémio e ovacionaram-no de pé. Ele subiu ao placo e chorou muito, disse que é uma profissão difícil [é isso... ser bombeiro ou soldado ou professor é que é fácil - estamos cheios de pena dele com os 20 milhões que ganha por filme] porque o desrespeitam constantemente [é isso... os outros milhares de milhões de humanos do planeta não são desrespeitados, são todos tratados com respeito] e que tem um passado difícil [é isso... porque o passado dos outros milhares de milhões do planeta foi fácil como se vê pelos refugiados de todo o mundo, por exemplo] e que só quer proteger a família [é isso... porque os outros não querem a família protegida] e que está cheio de amor por toda a gente... Quem diz que bate por amor são os que praticam a violência doméstica.
Um indivíduo faz uma piada de muito mau gosto e a reacção natural de outro é bater-lhe e depois justificar a legitimidade da violência e não ser capaz de um mínimo de responsabilidade pedindo desculpa ao agredido. O seu orgulho está acima dessas minudências. E ainda por cima levar um prémio, ser consolado pela sua acção e baterem-lhe palmas. A piada, que foi de mau gosto pois gozou com uma doença, não foi contra ele, mas contra a sua mulher, também actriz, que tem a doença, mas ele, como bom machista que é, não pensa que a sua mulher tem autonomia e maioridade para se defender e vai defendê-la como defendeu as crianças no filme, como depois disse. O filho, escreveu no twitter, "E é assim que as coisas se resolvem" elogiando o pai. Portanto, o filho a seguir as pegadas do pai na maneira de resolver problemas.
Este é o argumento dos muçulmanos radicais para agredirem e perseguirem os que fizeram caricaturas de Maomé ou os que fazem críticas ou piadas: ou as tuas piadas são respeitosas e de bom gosto ou nós vamos atrás de ti e reagimos com violência. Portanto, censura e violência foi o que se passou, nos óscares, em directo na TV.
Censuraram a referência ao que se passa na Ucrânia para não estragar o glamour da festa com a realidade da violência, mas a violência está ali, debaixo dos fatos, vestidos e jóias de milhares de dólares onde se escondem estes alienados -salvo excepções- que vivem numa bolha de falsas prerrogativas à conta do excesso de dinheiro que lhes pagam.
O humor tem limites? Não! Pode ser de bom ou mau gosto, mas não pode haver limites.
ReplyDeleteDito isto, não sei se a ação do ex-príncipe de BA se possa considerar uma postura machista em absoluto, dado que temos exemplos semelhantes do oposto, ou seja, de uma mulher a defender o seu companheiro quando este é acossado.
Seja como for, o ponto é que, mais uma vez, temos alguém a resolver um (pseudo)problema à base da violência. Não há Cidadania e Desenvolvimento que combatam estas posturas.
A questão é que, o que ele fez não é defender. O que fez foi bater.
ReplyDeleteBem, o que valeu foi isto ter-se passado entre dois pretos. Se fosse um branco a dar a estalada no preto, haveria manifestações nas ruas....RACISMO, gritariam!
ReplyDeleteTudo isto é uma grande falta de educação, como diria a minha mãe ( no tempo dela não se falava em civismo! ).
Isso não é racismo?
ReplyDeletePenso que faria um grande escândalo se ele tivesse batido numa das apresentadoras, numa das mulheres. Seria julgado de maneira muito diferente e ninguém o desculparia como estão a fazer.
Nos tempos que correm tudo depende de quem bate e de quem apanha...mas como foi entre dois pretos...
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