March 02, 2022

Alexey Navalny diz como as coisas são e têm que ser




Alexey Navalny

@navalny

·3h

We - Russia - want to be a nation of peace. Alas, few people would call us that now.

But let's at least not become a nation of frightened silent people. Of cowards who pretend not to notice the aggressive war against Ukraine unleashed by our obviously insane czar.

I cannot, do not want and will not remain silent watching how pseudo-historical nonsense about the events of 100 years ago has become an excuse for Russians to kill Ukrainians, and for Ukrainians to kill Russians while defending themselves.

It's the third decade of the 21st century, and we are watching news about people burning down in tanks and bombed houses. We are watching real threats to start a nuclear war on our TVs.

I am from the USSR myself. I was born there. And the main phrase from there - from my childhood - was "fight for peace." I call on everyone to take to the streets and fight for peace.

Putin is not Russia. And if there is anything in Russia right now that you can be most proud of, it is those 6824 people who were detained because - without any call - they took to the streets with placards saying "No War".

They say that someone who cannot attend a rally and does not risk being arrested for it cannot call for it. I'm already in prison, so I think I can.

We cannot wait any longer. Wherever you are, in Russia, Belarus or on the other side of the planet, go to the main square of your city every weekday and at 2 pm on weekends and holidays.

If you are abroad, come to the Russian embassy. If you can organise a demonstration, do so on the weekend. Yes, maybe only a few people will take to the streets on the first day. And in the second - even less.

But we must, gritting our teeth and overcoming fear, come out and demand an end to the war. Each arrested person must be replaced by two newcomers.

If in order to stop the war we have to fill prisons and paddy wagons with ourselves, we will fill prisons and paddy wagons with ourselves.

Everything has a price, and now, in the spring of 2022, we must pay this price. There's no one to do it for us. Let's not "be against the war." Let's fight against the war.

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Nós - Rússia - queremos ser uma nação de paz. Infelizmente, poucas pessoas nos chamariam isso agora.

Mas pelo menos não nos tornemos uma nação de gente silenciosa e assustada. De cobardes que fingem não notar a guerra agressiva contra a Ucrânia desencadeada pelo nosso obviamente insano czar.

Não posso, não quero e não vou ficar calado a ver como os disparates pseudo-históricos sobre os acontecimentos de há 100 anos se tornaram uma desculpa para os russos matarem ucranianos, e para os ucranianos matarem os russos enquanto se defendem.

É a terceira década do século XXI, e estamos a assistir a notícias sobre pessoas a arder em tanques e casas bombardeadas. Estamos a assistir às ameaças reais de iniciar uma guerra nuclear nas nossas televisões.

Eu próprio sou da URSS. Nasci lá. E a frase principal de lá - da minha infância - foi "luta pela paz". Apelo a todos para que tomem as ruas e lutem pela paz.

Putin não é a Rússia. E se há alguma coisa na Rússia de que se possa estar mais orgulhoso neste momento, são aquelas 6824 pessoas que foram detidas porque - sem qualquer chamada - foram para as ruas com cartazes a dizer "Sem Guerra".

Dizem que alguém que não pode ir a um comício e não corre o risco de ser preso não devia falar, não. Eu já estou na prisão, por isso acho que posso.

Não podemos esperar mais. Onde quer que esteja, na Rússia, Bielorrússia ou no outro lado do planeta, vá à praça principal da sua cidade todos os dias de semana e às 14 horas nos fins-de-semana e feriados.

Se estiver no estrangeiro, dirija-se à embaixada russa. Se puder organizar uma manifestação, faça-o no fim-de-semana. Sim, talvez apenas algumas pessoas saiam à rua no primeiro dia. E no segundo - ainda menos.

Mas devemos, rangendo os dentes e superando o medo, sair e exigir o fim da guerra. Cada pessoa presa deve ser substituída por dois recém-chegados.

Se, para parar a guerra, temos de encher as prisões e as carrinhas da polícia connosco próprios, encheremos as prisões e as carrinhas da polícia connosco próprios.

Tudo tem um preço, e agora, na Primavera de 2022, temos de pagar este preço. Não há ninguém que o faça por nós. Não vamos apenas "ser contra a guerra". Vamos lutar contra a guerra.

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