Este artigo é sobre os EUA mas aplica-se a qualquer país que se queira manter democrático.
Politizar o Estado de Direito é mais perigoso do que um motim no Capitólio
Com a aproximação do primeiro aniversário do motim do Capitólio, os Democratas estão a planear uma extravagância excessiva para explorar o aniversário da violação do Capitólio. Desde 6 de Janeiro [do ano passado], um coro de comentadores estandardizou a linguagem em torno do evento com o uso de algumas expressões como, "insurreição", "ataque à democracia" e - segundo o Presidente Biden - "o pior ataque ao Capitólio desde a Guerra Civil".
Esta hipérbole apaga, não só o 11 de Setembro, quando o voo 93 da United rumava ao edifício do Capitólio para o destruir, mas também um ataque ao Congresso em 1954, quando os terroristas dispararam indiscriminadamente da galeria para a Câmara, ferindo cinco congressistas.
Pior, a histeria em torno do motim do Capitólio faz algo ainda mais perigoso do que o próprio motim: mais destrutivas do que as acções dos bandidos que invadiram o Congresso dos Estados Unidos são estas tentativas de politizar o Estado de Direito.
Muito do que ocorreu a 6 de Janeiro foi inquestionavelmente criminoso. Cada acto ilegal é errado e merecedor de punição. Como procurador, enviei muitos malfeitores para a prisão; nunca defenderia um livre-trânsito para os infractores da lei e os atacantes de 6 de Janeiro merecem estar na prisão. Porém, o Estado de Direito exige consistência. Isso é o que falta e o que está a ser escondido pela hipérbole.
Esta é uma violação perigosa do Estado de Direito.
Assassinatos em massa instigados por opressores governamentais são improváveis na América, onde os nossos documentos fundadores e a tradição anglo-americana são baluartes robustos contra a tirania. Mas a eliminação do Estado de Direito pode muito bem encorajar as pessoas comuns a desrespeitarem as obrigações legais. Quando a responsabilidade legal se altera com os ventos para favorecer quem quer que esteja no poder, porquê dar-se ao trabalho de seguir a lei?
Insistir na aplicação, não partidária, do Estado de Direito, foi fácil quando éramos os americanos de 11 de Setembro, zangados e unidos. Infelizmente, agora somos os americanos de 6 de Janeiro: zangados e afastados. Este conflito político pode corroer a salvaguarda essencial que o Estado de Direito proporciona.
A história lembra-nos que os abusos mais perniciosos do Estado de Direito decorrem de motivos partidários, quando os funcionários eleitos sentem a tentação de exercer o seu poder para enfraquecer o partido adversário. Quando o primado do Direito é devidamente reforçado, impede os políticos de sucumbir a essa tentação.
(excertos, traduzidos por mim)
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