Sacha Baron Cohen acusa Zuckerberg de incentivar mentiras e discursos de ódio por permitir que pessoas falem contra os judeus, por exemplo. Argumenta que se estivéssemos em 1930 veríamos Zuckerberg permitir que Hitler usasse o FB para promover o extermínio dos judeus. Diz que Zuckerberg devia impedir que as mentiras fossem publicadas com fact-checkings porque liberdade de expressão não significa poder dizer mentiras.
Em primeiro lugar, falar contra pessoas ou coisas é muito diferente de aconselhar e incentivar assassinatos. Em segundo lugar, não há factos livres de interpretação e considerar que há pessoas que estão no domínio da Verdade como Deuses e essas é que ditam os factos e como devem ser interpretados, é já um apelo à censura e à repressão da palavra. Dar um passinho em direcção a Putin. Nem falo do precedente que isso significa. Finalmente e mais importante, apelar a que Zuckerberg se transforme num censor autoritário -e com eles as outras plataformas sociais de grande impacto- é apelar ao fim da democracia partidária, pois essas empresas, embora particulares, gerem e imiscuem-se na nossa vida com grande poder político, como se viu com a censura a Trump nas redes sociais. Por muito que gostemos de não ter que o ouvir. Hoje calam Trump, amanhã calam-nos a nós todos.
Numa democracia quem governa e tem poderes são os nossos representantes eleitos e não os donos de grandes empresas cujos interesses são egoístas, os do lucro através da exploração. Como Zuckerberg já tem pouco poder, ele quer que o sistema político lhe transfira ainda mais poder.
Sacha Baron Cohen quer uma democracia onde haja liberdade de expressão de acordo com a sua realidade de factos.
Os americanos estão numa cruzada onde uns se julgam os puros sem mancha e querem construir uma sociedade de impolutos. Esquecem-se que estamos na estação dos humanos, bem abaixo dos puros celestiais.
Concordo com o que escreveu, mas tenha cuidado, pois mais dia menos dia ainda pode acabar cancelada por divergir da nova ideologia global.
ReplyDeletejá me fizeram isso na minha escola. Proibiram-me de falar na escola, de dizer o que penso, para não incomodar pessoas incompetentes que não gostam de ser contrariadas e querem ficar (e vão ficar) nos cargos até à reforma. Porém, a obediência a tiranias não é o meu forte...
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