Temos dois corações. Um é o coração físico, orgânico que bomba sangue para o corpo, envelhece, fica cansado, às vezes carrega o peso de más escolhas, como gorduras e outras coisas que não sei. Muda de cor. Depois temos o coração sentimental, espiritual: o que sofre, o que ama, o que anseia, o que espera, o que desespera, o que vibra. Os dois não caminham sempre par a par. A certa altura separam-se: o físico enfraquece e acastanha-se com o roçar da vida, mas o espiritual, continua vibrante, cheio de vida, por vezes, em certas pessoas, até à morte. Atravessa a vida, que são mais montanhas ásperas que planícies de trigo e mel, mas o roçar da vida não o desgasta, não o desespera, não o agasta, não o enfraquece. É este carro vermelho vibrante a travessar as montanhas da vida sem perder o ardor.
William Haskell
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