August 16, 2021

Humans on the prowl - take II

 


As pessoas estão desesperadas e parece que estamos dentro de um documentário de David Attenborough.

Hoje chegámos à praia e às 9 da manhã já estava dentro de água (está um dia de praia espectacular e fiquei lá mais tempo, com 4 banhos em cima do lombo - nadei tanto e andei tanto que não consegui manter o jejum até às 3 da tarde e acabei de comer uma fatia de queijo e 5 uvas...). A praia, no sítio onde estávamos, não tinha ninguém. Havia um homem a nadar aí a uns 20 metros e depois só a mais de 100 metros havia gente. 

Chegou a mulher de ontem... veio pôr-se em frente de nós. Tirou a camisola, a parte de cima do biquini e veio para dentro de água a rondar-me como um tubarão. Para onde nadava ela ia atrás. Só pensava, 'mas que raio de sinais estou a enviar à mulher, sem perceber??' A minha irmã entrou na água e afastamo-nos ostensivamente.  Nessa altura a mulher foi direita ao homem que andava ali a nadar, um tipo com cinquenta e tal anos. Chegou ao pé dele, disse qualquer coisa e ele respondeu qualquer coisa. De seguida atira-se para cima do pescoço do homem. O homem diz qualquer coisa e começou a nadar rapidamente para terra. Na minha ingenuidade, pensei, 'olha, mais um a fugir da mulher'. Qual quê! Ele sai da água, vai até à toalha, agarra na toalha, atira-a para dentro de um saco, põe o chapéu e vira-se a chamá-la. Ela sai da água, à nossa frente, olha para trás (uma espécie de provocação? Não percebi) vai ter com ele e começam a andar rapidamente para longe até desaparecerem de vista, o que é muito pois vê-se pelo menos um quilómetro de praia - o homem já com a mão no rabo dela... qual pandemia, qual distância social, qual carapuça... enfim, estávamos no banho seguinte quando os vemos voltar. Ele tinha uns calções de banho encarnados que se viam ao longe. Eu e a minha irmã observávamos a cena com interesse de ver a sequência dos eventos. Bem, eles chegam, o homem vai pôr as suas coisas ao pé das dela e vai para a água. Enquanto ele está na água ela veste-se e pira-se. Ele sai da água, chega à toalha e olha à volta com ar de, 'cadê a fulana?', mas também não se incomoda muito. Põe o chapéu e deita-se a apanhar sol. 

Não sei, uma pessoa espera e vê este tipo de comportamentos em certos contextos de bares e isso, mas na praia nunca tinha visto uma cena tão agressiva. Entretanto foi chegando gente. Muitos holandeses e espanhóis, mas estava tudo muito longe uns dos outros. Começámos a observar vários homens sozinhos. Assim que vêem uma mulher sozinha começam logo a rondar. Não são esquisitos, tanto faz que seja nova ou velha, magra ou gorda, bonita ou feia.

Passada uma meia-hora a mulher volta à praia, passa por ele, olha, mas não lhe diz nada e vai deitar-se uns 100 metros mais à frente, à nossa direita. Ele estava à esquerda. Não tenho nada a ver com o que as pessoas fazem na sua vida particular, como é evidente, mas faz-nos observar os humanos do ponto de vista animal, como num documentário de David Attenborough. 

Enfim, amanhã logo se vê se há documentário de humanos em caçada, parte III 🙂


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