Hoje a China comemora 100 anos de Partido Comunista. Nas comemorações -estive a ver a cobertura da BBC - evita-se falar nos crimes do Partido, nos milhões de mortos às mãos da ideologia comunista, na loucura psicótica de Mao, esse mandante de assassinatos em massa, cujas mãos escorrem sangue.
A democracia é "governo pelo povo, sistema de governo em que o poder soberano é investido no povo como um todo exercendo o poder, ou directamente ou por funcionários livremente eleitos". O termo vem do grego, dēmokratia, 'governo popular', a partir da junção de duas palavras: dēmos que significa, "povo comum" referente ao povo vulgar de um distrito/região/Estado + kratos, que significa, 'autoridade', 'força'.
A democracia não consiste apenas em escolher funcionários representativos para tratar de assuntos públicos. Implica também assumir a responsabilidade pela escolha dos seus representantes, os governantes e, pela sua vigilância, para garantir que respeitam as fronteiras dos poderes que lhe foram temporariamente outorgados.
Ora, regimes onde o povo não é livre de escolher os seus representantes, não é livre de vigiar os seus representantes, não é livre de opôr-se aos seus representantes, não é livre de eleger alternativas aos homens do governo e onde estes se mantêm indefinidamente no poder não são regimes de 'outro modelo de democracia', como agora se diz, são regimes não-democráticos, sejam eles ditaduras autocratas paternalistas como a de Salazar, a de Putin ou a de Fidel Castro, ferozes como a da Coreia do Norte, religiosas como a da Arábia Saudita e Turquia ou totalitárias como as da Alemanha nazi, da China de Mao e da extinta União Soviética.
Há poucos dias o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, a pátria do comunismo, Serguei Lavrov, publicou um artigo, na sequência das cimeiras do G7 e da NATO criticando a arrogância dos países ocidentais em considerar a sua forma de organização social como tendo melhores valores que outras formas de organização social como a deles, tendo o cuidado de nunca dizer que defendem um regime de ditadura autocrata, anti-democrática - coisa que negaria se alguém tivesse coragem de lho perguntar.
O legado dos regimes comunistas no mundo são, autocracias ditatoriais e totalitarismos. Percebe-se que a China comemore, pois ainda têm o mesmo partido, há 100 no poder. Que haveriam de fazer...? Nada? Passar a coisa em silêncio? Calar seria como dizer que se envergonham de ter um único partido a obrigar um povo de mais de mil milhões como puppet masters, logo, comemoram, varrendo para debaixo do tapete, com mecanismos de defesa do ego colectivo, os milhões de assassinados e mortos à fome desse regime do Futuro Radioso da Humanidade e do Grande Salto em Frente.
Sim, senhor, grande legado para se comemorar...
Para quem quiser ler mais sobre a revolução do Mao: https://www.historytoday.com/archive/feature/cultural-revolution-peoples-history?
Para quem quiser ler o artigo do MNE da Rússia — fui buscá-lo à página da Embaixada da Rússia em Portugal no FB- está aí o link e um resumo, da própria página de FB. No fim, um vídeo com a conferência de imprensa que o mesmo ministro deu, conjuntamente com o ministro SS, em Moscovo, há um mês. O artigo é todo escrito à defesa e com muitas mentiras.
Putin, que escreveu um artigo num jornal alemão há poucos dias, na data do 80º aniversário da invasão nazi da URSS, diz que não podemos ficar agarrados a mal-entendidos do passado recente, referindo-se à invasão da Ucrânia... ... entretanto, fechou as parcerias que a universidade de Petersburgo tinha com universidades ocidentais, aumenta o índex das organizações indesejáveis na Rússia, que são todas as que têm algum laço com o Ocidente, estando a fechar a sociedade russa, aos poucos mas sem subtileza nenhuma, ao diálogo com a Europa e o mundo não-comunista.
Sim, senhor, os regimes comunistas totalitários, grande legado para se comemorar... ... no meu modesto parecer, comemorar os regimes totalitários comunistas da China de Mao e da antiga URSS é igual e comemorar-se o fascismo nazi de Hitler.
“Sobre o direito, direitos e regras”
Artigo de opinião do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov
28 de junho de 2021
“Nos documentos de Cornwall e Bruxelas [onde tiveram lugar as cimeiras do G7 e da NATO] está consagrada a promoção do conceito da “ordem mundial assente nas regras” em contrapeso com os princípios universais do Direito Internacional consagrados, em primeiro lugar, na Carta das Nações Unidas…”
“O teor pretensioso das abordagens anunciadas pelo Ocidente concentra-se na estrutura interna dos países “não-democráticos” e na determinação de os mudar segundo os seus próprios padrões, procurando atingir tais mudanças na organização da vida social que corresponderiam à visão da democracia promovida por Washington e Bruxelas…”
“O potencial impasse deste curso intransigente tem sido compreendido pelos políticos sãos na Europa e na América. Não faz nenhum sentido enaltecer a questão sobre cujos valores são melhores ou piores, é suficiente reconhecer que há outras – em comparação com as ocidentais – formas da organização social, tomá-las como um facto dado e respeitá-las…”
“Uma atitude arrogante perante os outros membros da comunidade internacional deixa o Ocidente no “lado errado da história”. Os países com abordagem séria e autorrespeito nunca permitirão falar consigo à base dos ultimatos e irão procurar apenas um diálogo igual na discussão sobre quaisquer tipos de questões…”
“Desde o final dos anos 1990 não houve e nem haverá concessões caraterísticas para àquela época. Se quiserem cooperar, devolver os seus lucros perdidos e a reputação negocial, sentem-se à mesa das conversações sobre os possíveis passos recíprocos na procura das decisões e compromissos justos…”
“Independentemente das ambições e ameaças de alguém, o nosso país continuará a conduzir uma política externa soberana e independente, oferecendo, ao mesmo tempo, uma agenda unificadora nos assuntos internacionais à base da diversidade cultural e civilizacional do mundo moderno…”
28 de junho de 2021
“Nos documentos de Cornwall e Bruxelas [onde tiveram lugar as cimeiras do G7 e da NATO] está consagrada a promoção do conceito da “ordem mundial assente nas regras” em contrapeso com os princípios universais do Direito Internacional consagrados, em primeiro lugar, na Carta das Nações Unidas…”
“O teor pretensioso das abordagens anunciadas pelo Ocidente concentra-se na estrutura interna dos países “não-democráticos” e na determinação de os mudar segundo os seus próprios padrões, procurando atingir tais mudanças na organização da vida social que corresponderiam à visão da democracia promovida por Washington e Bruxelas…”
“O potencial impasse deste curso intransigente tem sido compreendido pelos políticos sãos na Europa e na América. Não faz nenhum sentido enaltecer a questão sobre cujos valores são melhores ou piores, é suficiente reconhecer que há outras – em comparação com as ocidentais – formas da organização social, tomá-las como um facto dado e respeitá-las…”
“Uma atitude arrogante perante os outros membros da comunidade internacional deixa o Ocidente no “lado errado da história”. Os países com abordagem séria e autorrespeito nunca permitirão falar consigo à base dos ultimatos e irão procurar apenas um diálogo igual na discussão sobre quaisquer tipos de questões…”
“Desde o final dos anos 1990 não houve e nem haverá concessões caraterísticas para àquela época. Se quiserem cooperar, devolver os seus lucros perdidos e a reputação negocial, sentem-se à mesa das conversações sobre os possíveis passos recíprocos na procura das decisões e compromissos justos…”
“Independentemente das ambições e ameaças de alguém, o nosso país continuará a conduzir uma política externa soberana e independente, oferecendo, ao mesmo tempo, uma agenda unificadora nos assuntos internacionais à base da diversidade cultural e civilizacional do mundo moderno…”
31 de Maio
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