June 24, 2021

Duas palavras - 2ª estrela

 


– Os romanos tinham três palavras para dizer estrela: aster, stella e sidum

Aster vinha directamente do Grego, αστήρ (astír). E parece que o Grego a tinha recebido, após várias voltas, de uma raiz Indo-europeia ster, que significava “espalhar”, já que as estrelas se encontram espalhadas pelo céu.

Seja como for, essas três palavras deram origem a um grande número de outras no nosso vocabulário.

Por exemplo, o verbo considerar vem de 'con', “junto”, em Latim, mais sidus, “estrela”. Os romanos pensavam que, para avaliar uma situação, era necessário analisar a disposição das estrelas (considerar), já que estas lhes definiriam o destino.

Daí a Astrologia, que é uma palavra derivada justamente desse aster. Foi desse estudo dos astros que derivou a Astronomia, de aster mais nomos, uma palavra grega que significa 'lei', 'ordem', pois as descobertas nesse campo precisavam ser ordenadas num sistema científico.

O famoso folheto de Galileu Galilei chamava-se, Sidereus Nuncius - O mensageiro das estrelas.

'Constelação' tem uma formação igual à de 'considerar', só que em vez de sidum se usou stella. Significa o desenho que certos grupos de estrelas parecem formar no céu.

Outra palavra que se usa muito vem do Latim dis, “mau, inadequado, ruim” disaster = disaster. Conforme os antigos – e muitos crédulos modernos – se os astros não forem favoráveis, pode acontecer um 'dis-aster', 'um desastre'.

'Asterisco', aquele sinal que parece uma estrelinha, que se vê nos textos para remeter a uma nota de pé de página vem do Grego, ἀστερίσκος (asterísko = estrelinha), diminutivo da palavra estrela (astér)

– A palavra antiga ster, no Anglo-Saxão, virou steorra, que acabou virando o Inglês star. Em tempos, os ingleses usavam uma moeda onde havia uma pequena estrela desenhada. Daí chamarem-lhe 'esterlina', sterling, o que resultou na Libra Esterlina, que depois passou a ser a moeda do Reino Unido.

fonte: https://origemdapalavra.com.br/palavras/estrela/

----------------------

Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo.
Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão,
No vasto chão supremo que não está em cima nem embaixo
Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos
Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais.

   — Fernando Pessoa, poesias de Álvaro de Campos (excerto)

No comments:

Post a Comment