As sombras apagam as figuras. O que aqui na imagem é uma ilusão, acontece na História como realidade. Roma foi mais que Roma, foi também a ideia de Roma, essa sombra que se projecta até aos dias de hoje; assim como Alexandre foi mais que a pessoa de Alexandre, foi a ideia de Alexandre e Napoleão foi mais que a pessoa de Napoleão, foi a ideia de Napoleão e o nosso Infante D. Henrique foi mais que a pessoa do Infante D. Henrique, foi a ideia do Infante D. Henrique.
Quando Bush dizia, há uns 20 anos, que os EUA, com a sua Águia, eram o novo império romano, adoptava o imaginário da sombra que esse império deixou; da mesma maneira, o Reich dos mil anos, com as suas colunas de guerreiros, a sua Águia e a saudação imperial romana perseguiu essa sombra; também nós, portugueses, seguimos esse imaginário quando dizíamos que íamos levar a civilização aos bárbaros, o lema do Império Romano, essa enorme sombra que ainda hoje nos toca.
Fotografía de Roy Pinney "New York", 1950s
É engraçado que, se comparares esta foto com o quadro do Caillebotte "Paris num dia de chuva" ( que eu adoro!),vês precisamente o contrário. O enfoque é dado às pessoas. Elas dominam tudo. Aqui, parecem zombies....muito interessante!
ReplyDeleteAgora fui olhar o quadro.
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