Uma história muito interessante para ler.
Pó do Saara com elevada radioatividade pode ter chegado ao sul da Europa no passado. Bombas nucleares francesas na origem
João Pedro Lobato
Fevereiro de 2021 ainda estava nos seus primeiros dias quando um laboratório francês detetou, na densa poeira do Saara que chegou à Europa, átomos radioativos que apenas podem ser produzidos por uma explosão nuclear. A sua origem remonta à década de 1960, quando o estado francês fez vários ensaios nucleares em solo argelino, negligenciando e escondendo os danos para a saúde que a radioatividade causou às comunidades do Magrebe. Atualmente, a radiação que ainda chega ao sul da Europa não constitui qualquer perigo para nós, mas há 60 anos, quando se fizeram os testes, “os níveis de contaminação no pó do Saara devem ter sido mais elevados”, referem os investigadores com quem o SAPO falou. O problema é que não existem estudos ou medições que avaliem o impacto para a saúde, à época, nos países europeus, Portugal incluído. Dez anos após o desastre na central nuclear de Fukushima, eis uma história sobre o desejo de controlar o poder do átomo e as consequências de ocultar o que corre mal.
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