Divórcios litigiosos já de si são difíceis para os miúdos, atirados como arma de arremesso entre os pais, mas pôr tudo isso estampado nas páginas dos jornais e roubarem qualquer direito de privacidade aos miúdos, é escabroso. Temos assistido à destruição dos miúdos nos jornais: o que dizem aos pais, se os pais estavam bêbedos, a violência que viram, as cartas pessoais que escrevem aos pais, o que sentem, se estavam a chorar, o que se passou em casa, as discussões e as acusações... porque é que temos de saber que a polícia foi buscar a rapariga a meio da noite e a razão de o ter feito, com o nome dela em parangonas?
Todos sabemos que os casamentos têm discussões e confusões, mesmo quando não acabam em litígios. Não é necessário pôr um altifalante na boca das pessoas para vender jornais e a seguir ir caçar os miúdos e vendê-los na praça pública.
Estes miúdos, que já devem ser adolescentes, muito provavelmente, hão-de precisar de terapia toda a vida para conseguirem ter uma relação equilibrada com alguém. Não sei como é que, com tanta lei, alguma exagerada, sobre protecção de dados, se permite que o nome e a vida particular de crianças e adolescentes seja estilhaçada, anos a fio, na via pública.
E como é que os responsáveis de um jornal dormem à noite, sabendo que o dinheiro que têm é feito com o sangue alheio?
As autoridades foram chamadas à residência de Bárbara Guimarães e tiraram-lhe a filha, Carlota, para a entregar ao pai, Manuel Maria Carrilho.
Quando li a notícia também pensei o mesmo....
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