February 17, 2021

Acerca de Marcelino da Mata

 


Uma coisa é ele ter feito actos que são considerados crimes de guerra - isso não sabemos, porque Rosas diz várias vezes  que ele está carregado de crimes mas ninguém, após o 25 de Abril (porque antes percebe-se que não o fizessem, mas depois, porque não o fizeram?) o condenou, o que é estranho, porque se assim foi, porque não divulgaram, então, os factos e os testemunhos ou, porque não divulgam agora os documentos e testemunhos de prova? Deviam divulgá-las e não escondê-las e dizer que eles existem mas não se podem conhecer... isto não percebo, porque se foi um criminoso de guerra, foi. Há-de haver testemunhos e documentos. 

Outra coisa diferente é quererem julgá-lo por ter lutado pelo lado errado da história, quer dizer, sendo guineense lutou contra a independência da Guiné. Uma pessoa não pode ser julgada por isso, quer dizer, por crimes de opinião.

Que essa guerra tenha sido errada e injusta para os povos que queriam a independência, é um assunto que não diz nada sobre o comportamento individual dos homens e mulheres que combateram nela, a esmagadora maioria obrigados e não de livre vontade. O facto de haver combatentes do lado errado (o nosso) não significa que tenham sido todos, inerentemente, indignos, assim como os que combateram do lado certo (o da independência) não ficam, por isso, automaticamente ilibados de serem julgados pelo seu comportamento individual. Esse é o argumento dos extremistas: a verdade está connosco (às vezes chamam-lhe Deus) e por isso, tudo é legítimo fazer.


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