Podemos emprestar os olhos, claro, mas é preciso que os outros estejam dispostos a tirar os óculos do hábito e arrisquem ver o novo, em vez de em tudo procurarem o confortavelmente antigo. Isso é difícil. Pensar é difícil. É preciso ultrapassar as estratégias do hábito. Pensar é um grande desassossego, como bem sabia o Pessoa. E depois há o mundo com a sua materialidade pesada feita de coisas e coisinhas. Ver é difícil: requer experiência, treino, técnica e coragem. Tanto o ver para dentro como o ver para fora são desassossegantes, mas uma vez vendo, já não aceitamos simulacros.
E como fiquei aqui a pastelar estou atrasadíssima numa hora de muito trânsito para entrar em Lisboa, mas como a minha vontade de ir é zerinho não quero saber. Pode ser que me atrase tanto que não chegue lá...
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