Não preciso de dor, nem de drogas, nem de álcool para intensificar a experiência do mundo. Bastam-me os olhos e o cérebro e os circuitos lá dentro. Se vou ali à Arrábida no meio do mato olho para o céu e vejo, literalmente, o Universo em expansão. Os dias da semana têm cores e a música são movimentos ondulados que fluem. As letras de tinta negra no quadro da escola estão revestidas por um contorno dourado cheio de brilho, as esculturas estão vivas e movem-se, a pintura fala-me, as manhãs têm cheiros, os entardeceres também, os amigos têm energias, às vezes, nas manhãs frias de Inverno com sol, a caminho da escola, a pé, tenho a impressão de estar a um palmo do chão, as pessoas são personagens em pinturas... ... há uma linha de crescimento e uma de desintegração. São a mesma linha mas apontadas em direcções opostas.
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