Não sou daquelas pessoas que ficam horas ao telemóvel, pelo contrário. Digo o que tenho a dizer e desligo. Com excepção do filho que acontece ficarmos horas a discutir ideias ou a falar de filmes ou algo do género. No entanto, agora que estou aqui fechada e deixei de ver as pessoas, e elas a mim, dou comigo a falar horas ao telefone. Foi o que aconteceu agora com uma colega. A meio da conversa é que nos demos conta de como a vida mudou. Praticamente todas as semanas saía: ou ia ver um concerto, ou ia ao cinema, às vezes ao teatro, ou ia ver uma exposição e jantar fora, ia almoçar com o meu filho ali perto do trabalho dele, ia almoçar com amigas, ia a conferências, a palestras, ia fazer percursos culturais a pé, às vezes ia a um bar beber um copo e ouvir música. De repente. Pás! Zero. Nada de nada. Nicles. Népias. É casa, farmácia, hospital, mercearia, casa. Escritório, cozinha, quarto, escritório... mas não me adapto como a história da rã. E se não houvesse internet? Como era a vida antes da internet? Deixa ver se lembro... lia muito, mas agora também. Passeava muito. Viajava. Se uma pessoa se vê livre desta dieta de vida ainda pensa que é mentira.
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