Este governo, que vai na segunda legislatura, ja tinha tido tempo de valorizar a profissão e mudar alguns aspectos (que explicam, por exemplo, porque estou em casa e não no trabalho) que estão a implodi-la. Podíamos agora ter licenciados a sair das universidades com o estágio profissional. Mas não. Essa especialidade está às moscas e ninguém a quer seguir dado o horror que todos vêem ser a carreira de professor.
Talvez um dia o primeiro-ministro sinta um pressentimento de que é preciso não destruir os professores porque sem eles não há escola. A escola é para os alunos, sim, mas não existe sem os professores. Sabemos que têm a utopia de ter uma escola com robots, que trabalhem 24 horas por dia sem salário e sem pensamento próprio, mas isso é uma utopia.
Professores procuram-se em Lisboa. Escolas não conseguem recrutar, turmas ao abandono
Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares, confirma que o problema da falta de professores está maioritariamente circunscrito a Lisboa. “Às vezes, como a maioria dos professores disponíveis é do Norte, não estão disponíveis a ir trabalhar para a Grande Lisboa. Não ganham para as despesas, tem a haver com isso”, diz.Professores procuram-se em Lisboa. Escolas não conseguem recrutar, turmas ao abandono
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Nesta altura, há milhares de alunos sem professores a várias disciplinas, especialmente na zona da Grande Lisboa. Uma situação que André Julião até compreende, porque têm “sair da área de residência, das zonas do Porto ou de Aveiro, para dar aulas nos distritos de Lisboa ou de Setúbal e ainda ter de pagar do próprio bolso os preços exorbitantes de uma casa ou de um quarto, muitas vezes sem ter um horário completo”.
André Julião lamenta que o Governo não tenha acautelado este cenário ao mesmo tempo que critica o facto “dos professores não terem direito a subsídio de deslocação, como, por exemplo, os deputados da Assembleia da República”.
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