Em França, um professor de história que mostrou as caricaturas de Maomé na aula no contexto de ensinar sobre a liberdade de expressão e a liberdade de ser crente ou ateu, foi decapitado em plena rua, perto da escola em que ensinava, por um pai "Allah Akbar".
Podemos dizer que é um acto terrorista isolado? Essa é a questão errada, porque o que interessa saber é: o que foi feito para que o professor hoje-em-dia seja visto como um empregado dos pais (não há não muito tempo, a mãe de uma aluna muito mal formada, foi à escola e disse-me, enquanto DT, 'eu sou a mãe e eu é que digo do que se pode falar porque os pais é que mandam na escola. Os filhos são nossos') e não como uma pessoa com autoridade dentro da sua especialidade e para que os pais se vejam como chefes dos professores? E, ainda, como se pode reverter essa situação?
A escola é pública, obrigatória, de modo que todos lá vão parar e se a maioria são pessoas educadas, que percebem não ter conhecimentos suficientes do que se passa nas dinâmicas da escola e das turmas para dar opiniões, há uma margem de pais, que ouve os ministros e SEs neste últimos 15 anos a denegrirem constantemente os professores, às vezes com violência, e minarem a sua autoridade. Esses, vão para as escolas imitá-los, de modo que nós, professores, ainda temos o trabalho de educar esses pais, para podermos ensinar os filhos.
Veja-se o caso dos rapazes suspensos por um dia, porque provocam continuamente, como fazem muitas vezes os adolescentes, até ultrapassarem os limites do que se pode aceitar. Veja-se como foi explorado por um jornal no sentido de denegrir a escola e os professores. Estas coisas não são incólumes, sobretudo quando são reforçadas ano após ano pelas autoridades governamentais. Veja-se como os pais foram influenciados por essa campanha e em vez de ralharem com os filhos ralham com a escola por querer educá-los. Depois não há professores aqui, não há professores aqui em França, não há professores em Inglaterra, etc.
Evitar os problemas ou ignorá-los é dar-lhes espaço para crescerem. Na educação ou outra área qualquer: em França, o problema dos imigrantes muçulmanos que não respeitam o Estado laico e o Estado de direito existe e não é só histeria de extrema-direita.
E um desses alunos foi entrevistado na TV com ar de anjinho. Como se nós, que andamos nisto ainda o pai dele não tinha nascido,não soubessemos como eles são!
ReplyDeleteOutra coisa: deram cabo dos Conselhos Pedagógicos metendo lá toda a gente. Os profs estão em minoria!
Eu culpo a Rodrigues e os que vieram a seguir que foram eles que fabricaram isto tudo. E com dolo!
ReplyDelete"há profs contratados do Norte a recusarem horários em Lisboa e Setúbal porque ganham mais como caixas do Continente e a viverem em casa dos pais.
ReplyDeleteÉ o que fizeram à nossa carreira. Deram cabo dela!" E puseram oa pais contra os professores. É uma gente sem pés nem cabeça.