September 21, 2020

Faz hoje anos -259- que aconteceu o último auto-de-fé em Portugal

 


Quando pensamos em autos-de-fé pensamos na Inquisição e quando pensamos na Inquisição pensamos na Idade média e Renascimento, mas a verdade é que em finais do século XVIII ainda se faziam autos-de-fé em Portugal, às mãos da Inquisição.

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A 21 de Setembro de 1761 – No último Auto-de-Fé em Portugal, é executado o Padre Gabriela Malagrida

Gabriel Malagrida (nascido em Menaggio, Milão, 5 de Dezembro de 1689 — morreu em Lisboa, 21 de Setembro de 1761), foi um padre jesuíta italiano. Tendo sido missionário no Brasil e pregador em Lisboa, veio a ser condenado como herege no âmbito do Processo dos Távora. (João Marques de Oliveira de Oliveira - nós e a história)

O Marquês de Pombal já não gostava dele pela razão de ele ser contra o absolutismo e andar a pregar a instrução dos nativos no Brasil. Quando ele voltou para Portugal não gostou da sua influência na corte.   

Entretanto aconteceu o terramoto de 1755. Malagrida, aproveitou o para exortar os lisboetas à reforma dos seus costumes. Acicatado pela explicação das causas naturais da catástrofe, que o governo naturalista e racionalista de Pombal tinha mandado imprimir e posto a circular através de um folheto, resolveu redigir um opúsculo de que ofereceu exemplares ao rei e ao marquês de Pombal, sobre moral, chamado "Juízo da Verdadeira Causa do Terramoto" (1566), onde reputava a catástrofe como sendo um castigo divino e aconselhando exercícios espirituais e procissões. 

O marquês não gostou das ideias expressas por Malagrida, que entendeu como uma insinuação acusatória à autoridade e acção do Estado (que era ele) e puniu o religioso com o desterro para Setúbal (LOL). Ele estava entre os jesuítas mais tarde acusados por Pombal de instigarem os motins contra si.

Em Setúbal, Malagrida era visitado por muitos conservadores que o consideravam um sábio e um santo;  entre eles, membros da família Távora. À conta disso viria a ser condenado como herege no âmbito do Processo dos Távora.

Foi denunciado à Inquisição, pela mão do Inquisidor Geral Paulo de Carvalho e Mendonça, um irmão do marquês de Pombal, com a acusação de falso profeta, impostor e, o mais grave, de ser um herege, o que equivalia à morte na fogueira.

Entregue ao tribunal do Santo Ofício de Lisboa, após um processo, criticado por vários historiadores, foi acusado de heresia e posteriormente condenado ao garrote e fogueira, penas executadas em um auto-de-fé no dia 21 de Setembro de 1761, no Rossio. Na opinião de Voltaire expressa na obra "Cândido ou o Optimismo", ao excesso de absurdo, juntou-se o excesso de horror.

Este foi o último auto-de-fé em Portugal. 

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