O trabalho da educação não tem, nem essa faceta alienante dos gestos repetidos que deixam a mente vaguear, nem o prémio da gratificação imediata de termos feito um trabalho bem feito, pois os seus efeitos na pessoa só mais tarde se verificam. Ou não.
Mesmo quando vemos a pessoa mais tarde não podemos inferir que há uma relação directa entre o nosso trabalho e o que a pessoa é ou se tornou (a não ser em casos em que sabemos que tivémos um muito grande impacto na pessoa), seja no sentido positivo ou negativo.
Bem, hoje-em-dia, graças às redes sociais continuamos em contacto com muitos alunos que doutro modo nunca mais veríamos e isso dá alguma satisfação, quer dizer, as pessoas lembrarem-se de nós positivamente, mas isso não é igual à satisfação de um trabalho bem feito. Nesse campo estamos, cada um de nós, sozinhos e só contamos com a nossa consciência e honestidade intelectual.
Há uma grande satisfação reconfortante em observarmos uma pessoa que é boa no seu trabalho a fazê-lo: a mestria dos gestos, o domínio dos processos, a confiança que exala da pessoa e que se encaixa perfeitamente no que faz e como o faz, como a mão e o martelo que se encaixam e se pressupõem mútua e perfeitamente (seguindo Heidegger).
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