Há precisamente 200 anos, o Porto era protagonista de um evento determinante, que marcou a história da cidade e do País. A Revolução Liberal de 1820
Foi com a proclamação "PORTUENSES! Levar a redenção aos cativos lisbonenses!" a ecoar pela Invicta Cidade, no dia 24 de agosto de 1820, que teve início a Revolução Liberal, um movimento que teve repercussões imprescindíveis na história de Portugal, impulsionando a criação de um regime constitucional.
Tal movimento, que permitiu o retorno da corte portuguesa e do rei D. João VI que se encontrava no Brasil devido à Guerra Peninsular, colocou um ponto final à era da monarquia absolutista em Portugal, desbravando assim caminho para a primeira Constituição, que viria a ser instaurada em 1822.
Considerado, na época, "um horrendo crime de rebelião" pelo Palácio do Governo de Lisboa, a Revolução Liberal do Porto acabou, mais tarde, por ser abraçada pela capital.
Foi o início da "difícil, lenta e tormentosa fundação do Portugal moderno", recordou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, num artigo de opinião assinado na edição de sábado do Diário de Notícias, lembrando que o país atravessava um momento muito delicado: "Estava mergulhado numa profunda crise política, económica e social, e vivia debaixo de uma dupla tutela", constituindo-se por um lado um protetorado dos ingleses, e por outro uma colónia do Brasil.
Volvidos duzentos anos, o Porto revolucionário e reivindicativo continua a estar presente na marca identitária das gentes da cidade, irradiando esse contraste e mantendo o espírito liberal que traça a diferença.
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