July 16, 2020

À atenção do senhor primeiro-ministro e das senhoras da Saúde



A vossa mensagem não está a passar. Nada que espante, pois tem havido inconstância, contradições e, amiúde, mentiras. Por um lado diz-se que é preciso manter protocolos de distância, máscara e higienização, por outro lado fazem-se ver sem máscara, em comícios, todos ao molho, aprovam medidas de abertura de escolas sem segurança, à segunda-feira dizem que a máscara é importante e à terça nem por isso... enfim, é um desnorte.

Hoje tive que sair e ir a um sítio. Resolvi ir a pé para apanhar um bocadinho de sol e ar e para andar um bocado, fazer algum exercício. Fui cedo, mas já havia bastante gente na rua. Quase ninguém com máscara ou com ela no pescoço ou pendurada numa orelha. Pais e filhos, uns a espirrar para cima de outros. Esplanadas de cafés cheias com as mesas em cimas umas das outras e as pessoas sem máscara a falar umas para cima das outras. Pessoas a falar ao telefone, aos gritos, como é próprio dos portugueses, a deitar gafanhotos para todo o lado, sem máscara. Molhos de gente nova a caminho da praia. Máscara zero. Pessoas a entrar em lojas sem máscara. Estava um bocadinho de vento, de modo que, se uma desta pessoas está infectada, o vento faz o favor de espalhar a sua infecção por todo o lado.

Depois o primeiro-ministro vem dizer que temos pouco tempo para nos prepararmos para o Inverno, mas ele e as responsáveis da Saúde são os primeiros a dar mau exemplo de orientações contraditórios, se não, por vezes, falsas.

A fulana da DGS voltou a dizer que nas aulas os alunos estão a um metro, se for possível, o que é o mesmo que dizer que está-se nas tintas ou, pior, é o primeiro-ministro que a manda dizer estas parvoíces e ela com a outra incompetente da saúde, não passam de moços às ordens. Depois fala da disposição das carteiras para enganar os pais que não sabem as carteiras já estão como devem estar e não há nenhuma disposição diferente de segurança senão esta.  Esta gente fala como se os alunos estivessem nas aulas, quietos parados a ouvir alguém, mas não é assim: estão em actividade, mexem-se e remexem-se nas cadeiras, falam, falam em cima uns dos outros para os professores não ouvirem o que estão a dizer, tiram e põe coisas das mochilas, que tanto estão no chão como põem em cima das mesas, espalham os cadernos, os materiais e os livros pela mesa, torcem-se todos enquanto escrevem e fazem exercícios, vão ao quadro, estão sempre a tocar-se porque duas pessoas por mesa tocam-se, estão a 10cm. Ou seja, se estão dois a dois por mesa, estão como os que hoje vi nas esplanadas.

Com estas pessoas da DGS, as que deviam ser mais responsáveis e credíveis, mais o primeiro-ministro a serem os que menos credibilidade oferecem, não vamos lá, não e, não vale a pena queixarem-se de outros países porque a incompetência e a irresponsabilidade estão aqui no país ao mais alto nível.




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