June 24, 2020

Quem pensa não haver dramas na Filosofia engana-se muito



... e nem sequer estou a falar da famosa luta com atiçador de lareira entre Popper e Wittgenstein, em 1946, no Cambridge Moral Science Club. Não, isto aconteceu agora mesmo.

Um artigo da revista, Philosophical Psychology de um estudante graduado da Universidade de Oxford - “Research on group differences in intelligence: A defense of free inquiry,” de Nathan Cofnas-, apoiado por dois editores (Cees van Leeuwen (University of Leuven) e Mitchell Herschbach - California State University, Northridge), provocou uma reação de um grupo de professores/investigadores de Filosofia e de cientistas a escreverem uma resposta crítica ao artigo de Nathan Cofnas, às deficiências na sua revisão científica e, por conseguinte, à opção dos editores de terem apoiado a sua publicação, que defende a ideia da diferença de QI entre grupos, relacionada com a hereditariedade.
A resposta, intitulada,  “More Than Provocative, Less Than Scientific: A Commentary on the Editorial Decision to Publish Cofnas, foi recusada pelos editores da revista como o argumento da revista não ser o local apropriado para debater questões de opção de publicação. Os editores só publicavam a resposta se os autores fizessem mudanças que excluíssem as criticas à revisão científica e à opção de terem publicado o artigo.
Entretanto, este vai-vem verbal causou um bruaá nas redes sociais do meio académico da filosofia e das ciências que dura há meses, com ataques de um lado e de outro e grandes e acesas discussões nos fóruns da especialidade e fora deles.

Hoje, um dos editores, Cees van Leeuwen, anunciou a sua demissão da edição da revista Philosophical Psychology, pelo facto de outros dentro da revista quererem e terem conseguido a publicação da resposta crítica ao artigo de Cofnas, na rubrica, 'cartas ao editor'.

Quem pensa não haver dramas na Filosofia engana-se muito.

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