June 16, 2020

Para quem se interessa por estas coisas LGBT



(quem já leu o Banquete de Platão, esse diálogo sobre o Amor, lembra-se da cena de ciúmes de Alcibíades, por encontrar Sócrates deitado ao lado de Ágaton e da sua esperança de que alguma coisa pudesse, mais tarde, acontecer entre ambos, quando já estivessem bem bebidos, pois estes simpósios costumavam terminar em orgias. No entanto, neste em particular, decidiram ser moderados na bebida e, excepto Alcibíades, que já chegou lá embriagado, todos cumpriram. Estava lá Pausânias, amante de Ágaton e um dos mais convictos defensores da pederastia)
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Na Grécia Antiga, em Atenas, os homens mantinham relações sexuais entre si. Mas eles eram “gays”? (gay é um termo inglês do século passado)

Neste artigo, Luana Neres analisa o relacionamento homoerótico masculino realizado entre os atenienses do período clássico. “Praticada entre um homem adulto, o erastés, e um jovem, o erómenos (cujos nomes significam, respectivamente, amante e amado), a pederastia possuía características bastante peculiares que a distingue de diversas outras manifestações homoeróticas conhecidas na atualidade. Estava relacionada à Paideia, [ideal grego de educação que visava a preparação do jovem para o pleno exercício de sua cidadania, seja na pólis ou em sua participação na guerra] se constituindo em um elemento educador do jovem futuro cidadão, especialmente após os conteúdos aprendidos na educação básica. Era no convívio com o erastés que o erómenos aprenderia como se comportar enquanto um cidadão”.


*** Luana Neres de Sousa possui graduação, mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Goiás.

Imagem: Zeus e seu amante Ganimedes. Kýlix de figuras vermelhas, aprox. 475-425 a.C.. Atribuída a “The Penthesilea Painter”. Proveniência: Atenas. Acervo do Museu Arqueológico de Ferrara. Fonte: wikimedia commons.



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