April 08, 2020

Peritos estão contra reabertura do secundário



Peritos chumbam plano do Governo e estão contra reabertura do secundárioEspecialistas dizem que, se houver condições para um regresso à escola, devem ser os alunos até aos 12 anos a ter aulas presenciais e não os do Ensino Secundário.
António Sérgio Azenha

Os peritos em saúde pública que estão a acompanhar a evolução do coronavírus em Portugal contrariaram esta terça-feira o plano do Governo de avançar, no início de maio, com a eventual abertura das escolas para o Ensino Secundário.

No encontro com o Presidente da República, o primeiro-ministro, o ministro da Educação e representantes dos parceiros sociais, realizado no Infarmed, os especialistas revelaram que o modelo de análise mostra que há menos riscos de contágio da doença se as escolas foram abertas para as crianças até 12 anos do que para os alunos com idades entre 16 e 19 anos, intervalo etário correspondente ao Ensino Secundário.

Qualquer uma destas opções enfrenta um problema: 51% dos professores de creches e do Ensino Secundário têm mais de 50 anos, o que aumenta o risco de contágio da doença.

A abertura das escolas para crianças até 12 anos teria duas vantagens: por um lado, a taxa de contágio do coronavírus nessas crianças é muito baixa, sendo os sintomas muito ligeiros; por outro, permitiria libertar muito mais pessoas para trabalhar na economia. Em concreto, a abertura das escolas para essas crianças permitiria libertar 1,2 milhões de pessoas, entre alunos e pais.

A mensagem dos peritos em saúde pública surge numa altura em que o Governo tem de tomar uma decisão sobre o terceiro período do calendário escolar. O Executivo anuncia amanhã as condições em que irão funcionar as aulas, no terceiro período, mas, dada a mensagem dos peritos e as preocupações manifestadas por António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa no encontro, há uma grande probabilidade de as escolas não reabrirem para as aulas de presença física.

Ao longo do encontro, os especialistas sublinharam que não podem garantir que, no início de maio, o combate ao coronavírus esteja controlado e haja condições para aliviar as medidas de quarentena, de forma a permitir a abertura parcial das escolas e de algumas atividades económicas encerradas com o estado de emergência.

O próximo encontro dos peritos com o Presidente da República, o primeiro-ministro, os líderes dos partidos políticos e os representantes dos parceiros sociais será realizado a 15 de abril, dois dias antes de terminar o estado de emergência.

4 comments:

  1. Há muito tempo que os sindicatos têm vindo a realçar a idade avançada dos professores. Se a idade da reforma dos professores tivesse sido antecipada, se calhar a abertura das escolas poderia acontecer mais cedo. E digo poderia porque isso é muito arriscado! Ainda hoje em Espanha, voltou a aumentar o número de infetados!

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  2. Tudo isto por causa da obsessão com os exames que o Costacenteno diz querer que se façam em normalidade. Como se fosse possível usar essa palavra no contexto actual.
    Para voltarmos à escola tinha de ser com as turma divididas no máximo em dez por sala (e mesmo assim não cumpríamos o distanciamento obrigatório nas lojas, por exemplo), todos com máscara fornecida pelo Estado, multiplicação de salas para professores, porque não podemos estar todos à molhada numa única sala (a não ser que seja uma estratégia para ver se morremos antes de terem que nos pagar a reforma) - a casa de banho é um outro problema... vivem em estado de negação, como diz a minha colega e não percebo porque não anulam os exames este ano e não empurram o fim do ano lectivo mais para a frente.
    E se o tempo não mudar e continuar esta humidade tudo piora.

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  3. Deviam seguir o exemplo da França, da Inglaterra e da Itália que deram por encerrado o ano letivo. Acabou!
    Em Setembro há mais!
    Em relação ao tempo, tens razão. Amanhã vai voltar a chover e ficará até ao final da semana.

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  4. Eu penso que podia avançar-se o ano lá mais para a frente, mas anular os exames este ano. Era só para acabar programas e resolver alguns problemas.

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