Não é isso, penso, que tem estado no discurso da PCE, quando usa o termo e fala em orçamentos robustos e investimentos massivos, mas... usando mecanismos com juros que deixam uns países na miséria indefinidamente. O Plano Marshall não foi isso, foi o oposto disso.
É mais o que diz o francês, um Fundo de Retoma de 'grants', como ele diz.
O Plano Marshall era uma ideia, no tempo em que os EUA tinham uma visão cooperativa, lúcida e até generosa da realidade, há muito perdida, acerca da importância de ter parceiros fortes e não diminuídos. É certo que isso também servia os seus interesses, nomeadamente passarem a ter uma influência decisiva na geopolítica do continente, mas não os esgotava.
Houve a ideia de ajudar a Europa a reerguer-se e não deixar que a sua história, a sua matriz cultural e a sua força política no mundo se perdessem. E perceberam que era necessário uma inundação de dinheiro para que a economia se erguesse dos escombros da guerra.
Se fosse apenas uma gestão de interesses financeiros, tinham deixado os países da Europa economicamente dependentes deles e não tinham, por exemplo, perdido dinheiro a ajudar a Finlândia, excluída do plano por conta do que tentou fazer em Leninegrado e a quem deram dinheiro por baixo da mesa, durante anos.
De modo que a PCE, quando fala do Plano Marshall e o reduz a um tamanho de orçamento, esquecendo o modo, parece não compreender o alcance do que foi aquele Plano e como esta UE, que caminha como um funâmbulo, se se estampar, não há rede que lhe ampare a queda.
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