April 23, 2020
Ensino à distância II
Agora no fim da última aula (outra vez 90 minutos síncronos) dois ou três alunos disseram, 'professora, isto hoje foi puxado'. Bem, nem tudo são desvantagens e esta situação de ensino à distância tem um lado positivo -pelo menos para as minhas turmas, não estou a dizer que seja universal- que é o seguinte: avisei as turmas que a assiduidade e a participação são importantes e que noto quem está, quem está à hora, quem participa e a qualidade da participação, etc. Acontece que estou a trabalhar com uma aplicação onde temos áudio, e podemos ouvir-nos uns aos outros ou escrever. Uma espécie de fórum mas com possibilidade de áudio. Sendo assim, os alunos não podem estar ali apenas a ouvir ou a ler, se querem que eu veja que estão atentos e a participar.
Nas aulas presenciais há sempre quem participe mais, mas os outros, mesmo intervindo menos, sabem que estou a vê-los a trabalhar. Na aplicação não vejo nada e não sei de nada a não ser que intervenham, de modo que vejo miúdos que até nem costumam intervir muito, entrar agora em todas as discussões. Isso obriga-os a estar concentrados e a pensar.
Depois, como o discurso escrito é diferente do oral onde muita coisa fica às vezes subentendida ou deficientemente explicada mas percebemos as entrelinhas e, ainda por cima, como estamos todos a ver o que cada um escreve, eles têm um enorme cuidado em construir frases completas, os argumentos todos bem explicados, o discurso todo bem concatenado. Isso é inestimável: é como estarem a fazer respostas a testes em todas as sessões, só que as construímos em conjunto.
Praticamente todos colaboram, porque querem que eu veja que estão presentes e não apenas de corpo. Por isso acham a aula puxada. Estão ali concentrados a ver o que cada um diz e escreve para responder por sua vez. Têm piada.
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Estou aflita dos olhos por causa do computador.
ReplyDeletePois, com o problema que tens, tens que ter cuidado.
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